O cérebro tinha cortado relações com as suas pernas.
O que nunca te disse?!
Meu Deus!
O que seria aquilo afinal?
Acabou por se sentar no chão, sem nunca largar o caderno cor-de-rosa.
Respirou fundo e virou a página cor-de-rosa que albergava o misterioso título.
"Meu querido Fred, se estás na posse deste caderno, significa que infelizmente já não estamos juntos. Infelizmente, sim. Porque te amo e o que eu mais queria era ter ficado contigo.
Espero que o leias e percebas um pouco do que eu senti, talvez muitos desses sentimentos estejam ainda comigo.
Eu sei que não sou a melhor pessoa do mundo, e que por vezes sou uma chata, e que não demonstro tudo o que sinto, mas, de uma coisa podes ter a certeza absoluta, eu AMO-TE, e sinto por ti coisas que nunca senti por mais ningém.
Por favor, nunca duvides disso."
domingo, 30 de dezembro de 2012
O QUE NUNCA TE DISSE
Hesitou antes de abrir a caixa.
Ter-lha-ia deixado para ele?
O seu coração acelerou.
Pegou numa tesoura e cortou a fita-cola que fechava a caixa de uma forma protectora.
Abriu-a e quando viu o que estava no seu interior, o seu coração entristeceu.
Eram as fotografias deles.
Caras sorridentes, aparentando felicidade nos rostos, olhavam-no agora parecendo-lhe desconhecidos.
Ela deixara as fotos deles para trás.
Não queria mais lembrar-se dele.
Não a podia censurar por isso.
Pegou em cada fotografia, olhando-as com saudade e tristeza.
Espera lá, pensou, ao ver um embrulho no fundo da caixa.
O que será?
Tirou o papel pardo para fora e desmbrulhou-o com cuidado, como se lá dentro estivesse o mais precioso dos cristais.
Era um caderno.
Seria um albúm de fotografias? Tinha quase a certeza que existia um.
Não, era mesmo um caderno.
Um caderno de capa cor-de-rosa, com uma flor impressa na capa, e um elástico que vinha desde a capa traseira, prender á parte da frente.
Seria alguma espécie de agenda?
Retirou o elástico curioso e abriu o caderno.
O coração quase lhe caiu aos pés.
Era a letra dela!
Tinha como espécie de um título " O QUE NUNCA TE DISSE".
Tinha de se sentar.
Ter-lha-ia deixado para ele?
O seu coração acelerou.
Pegou numa tesoura e cortou a fita-cola que fechava a caixa de uma forma protectora.
Abriu-a e quando viu o que estava no seu interior, o seu coração entristeceu.
Eram as fotografias deles.
Caras sorridentes, aparentando felicidade nos rostos, olhavam-no agora parecendo-lhe desconhecidos.
Ela deixara as fotos deles para trás.
Não queria mais lembrar-se dele.
Não a podia censurar por isso.
Pegou em cada fotografia, olhando-as com saudade e tristeza.
Espera lá, pensou, ao ver um embrulho no fundo da caixa.
O que será?
Tirou o papel pardo para fora e desmbrulhou-o com cuidado, como se lá dentro estivesse o mais precioso dos cristais.
Era um caderno.
Seria um albúm de fotografias? Tinha quase a certeza que existia um.
Não, era mesmo um caderno.
Um caderno de capa cor-de-rosa, com uma flor impressa na capa, e um elástico que vinha desde a capa traseira, prender á parte da frente.
Seria alguma espécie de agenda?
Retirou o elástico curioso e abriu o caderno.
O coração quase lhe caiu aos pés.
Era a letra dela!
Tinha como espécie de um título " O QUE NUNCA TE DISSE".
Tinha de se sentar.
O QUE NUNCA TE DISSE
Precisava mesmo era de ir apanhar ar, pensou.
Recusou o convite da mãe para ir lá jantar.
Não tinha fome, e estava sem pachorra para aturar conversa de xaxa.
Queria estar sozinho.
Ela deixara-o sozinho. E, ele merecera-o.
Pegou nas chaves de casa e meteu-as no bolso traseiro das calças.
Ia dar uma volta.
Precisava mesmo de respirar algum ar, fora daquelas quatro paredes em que se convertera a sua casa. Parecia-lhe agora um edifício feio e deselegante, como se tivesse perdido a magia que possuia outrora.
Tudo era pior sem ela!
Que porcaria!
Voltou para casa ainda mais desanimado.
Precisava de uma ocupação, era o que era.
Pôs de parte a primeira ideia que lhe veio á cabeça.
Não, não queria fazer sexo!
Gostava, aliás, gostava bastante de o fazer com ela, apesar de muitas vezes ter recorrido a amigas de longa data para, só para variar.
Que estúpido que era!
Devia era ter dado valor ao que tinha em casa.
Amaldiçou-se por ser táo anormal. Por ter umas ideias e pensamentos tão básicos.
Era um verdadeiro animal.
Ele merecia era que ela lhe tivesse dado uma tareia antes de se ir embora,e, mesmo assim, era pouco.
Uma tareia era muito pouco para tudo que ele lhe tinha aprontado.
Era mesmo uma desilusão.
Foi até á garagem, podia ser que lhe ocorresse fazer alguma coisa por lá, ou, desfazer.
Até do Mini prateado já sentia saudades. Apesar de sempre se meter com ela e com o minúsculo carro dela.
Nunca lho dissera, mas na verdade, era um carro que combinava com ela.
Olhou curioso para uma caixa castanha fechada em cima da mesa de ferramentas.
Ter-se-ia ela esquecido de alguma coisa?
Não!Não era o estilo dela. Sempre organizada, com as suas listas e agendas de bolso, para não se esquecer de nada. Mais uma coisa que tinha sido motivo de gozo por parte dele.
Recusou o convite da mãe para ir lá jantar.
Não tinha fome, e estava sem pachorra para aturar conversa de xaxa.
Queria estar sozinho.
Ela deixara-o sozinho. E, ele merecera-o.
Pegou nas chaves de casa e meteu-as no bolso traseiro das calças.
Ia dar uma volta.
Precisava mesmo de respirar algum ar, fora daquelas quatro paredes em que se convertera a sua casa. Parecia-lhe agora um edifício feio e deselegante, como se tivesse perdido a magia que possuia outrora.
Tudo era pior sem ela!
Que porcaria!
Voltou para casa ainda mais desanimado.
Precisava de uma ocupação, era o que era.
Pôs de parte a primeira ideia que lhe veio á cabeça.
Não, não queria fazer sexo!
Gostava, aliás, gostava bastante de o fazer com ela, apesar de muitas vezes ter recorrido a amigas de longa data para, só para variar.
Que estúpido que era!
Devia era ter dado valor ao que tinha em casa.
Amaldiçou-se por ser táo anormal. Por ter umas ideias e pensamentos tão básicos.
Era um verdadeiro animal.
Ele merecia era que ela lhe tivesse dado uma tareia antes de se ir embora,e, mesmo assim, era pouco.
Uma tareia era muito pouco para tudo que ele lhe tinha aprontado.
Era mesmo uma desilusão.
Foi até á garagem, podia ser que lhe ocorresse fazer alguma coisa por lá, ou, desfazer.
Até do Mini prateado já sentia saudades. Apesar de sempre se meter com ela e com o minúsculo carro dela.
Nunca lho dissera, mas na verdade, era um carro que combinava com ela.
Olhou curioso para uma caixa castanha fechada em cima da mesa de ferramentas.
Ter-se-ia ela esquecido de alguma coisa?
Não!Não era o estilo dela. Sempre organizada, com as suas listas e agendas de bolso, para não se esquecer de nada. Mais uma coisa que tinha sido motivo de gozo por parte dele.
O QUE NUNCA TE DISSE
Acabou por adormecer no sofá.
Quando acordou, ainda sentia aquela dor no peito. Ia demorar a passar, pensou com verdadeira tristeza.
Levantou-se sem energia e com o corpo dorido tomou um duche.
Geralmente, um duche era resposta para os seus aborrecimentos, mas, desta vez não resultara.
Em vez de ficar relaxado, ficara ainda mais nervoso e pesaroso.
A casa estava um desastre.
Lembrava-se do primeiro pensamento quando lera o bilhete de despedida.
Pensara, com dureza e sem piedade, pensara " não fazes cá falta nenhuma".
Mas, a verdade era que fazia. Era ela que punha ordem em tudo. Era arrumada e organizada. Era cuidadosa e tinha atenção aos detalhes.
Era tudo que eu precisava, pensou com tristeza.
Uns cinco minutos depois de sair do duche,a mãe ligara.
Estou sem paciência para ouvir sermões, pensou.
Ainda pensou em não atender a chamada, mas, da maneira que a mãe era exagerada ainda mandava ali a polícia, ou pior, vinha ela em pessoa ver o que se passava afinal.
E, isso, tendo em conta o caos em que aquela casa se encontrava, não era nada bom. Nada bom era eufemismo. Era um DESASTRE!
Falou com a mãe sem lhe dar muitos pormenores, porque curiosamente a mãe era uma das poucas pessoas que não acreditava em tudo que ele dizia, ou seja, sabia perfeitamente quando ele não dizia a verdade. E, ela tinha-o avisado. Até a mãe percebera que o limite dela estava perto de ser ultrapassado.
Sou mesmo estúpido!
Quando acordou, ainda sentia aquela dor no peito. Ia demorar a passar, pensou com verdadeira tristeza.
Levantou-se sem energia e com o corpo dorido tomou um duche.
Geralmente, um duche era resposta para os seus aborrecimentos, mas, desta vez não resultara.
Em vez de ficar relaxado, ficara ainda mais nervoso e pesaroso.
A casa estava um desastre.
Lembrava-se do primeiro pensamento quando lera o bilhete de despedida.
Pensara, com dureza e sem piedade, pensara " não fazes cá falta nenhuma".
Mas, a verdade era que fazia. Era ela que punha ordem em tudo. Era arrumada e organizada. Era cuidadosa e tinha atenção aos detalhes.
Era tudo que eu precisava, pensou com tristeza.
Uns cinco minutos depois de sair do duche,a mãe ligara.
Estou sem paciência para ouvir sermões, pensou.
Ainda pensou em não atender a chamada, mas, da maneira que a mãe era exagerada ainda mandava ali a polícia, ou pior, vinha ela em pessoa ver o que se passava afinal.
E, isso, tendo em conta o caos em que aquela casa se encontrava, não era nada bom. Nada bom era eufemismo. Era um DESASTRE!
Falou com a mãe sem lhe dar muitos pormenores, porque curiosamente a mãe era uma das poucas pessoas que não acreditava em tudo que ele dizia, ou seja, sabia perfeitamente quando ele não dizia a verdade. E, ela tinha-o avisado. Até a mãe percebera que o limite dela estava perto de ser ultrapassado.
Sou mesmo estúpido!
O QUE NUNCA TE DISSE
Com as suas atitudes estúpidas, com a sua mania de desafiar os limites dela, com a mania de a irritar sem necessidade.
Na verdade, pensou para si, se fosse ao contrário ele já se teria ido embora há muito tempo.
Ela aguentara. Aguentara demasiado, até.
O que o chocara de facto, fora o que ela lhe conseguira demonstrar quando o abandonara.
Só quando ela se fora embora, ele percebeu o que tinha rejeitado. Percebeu o que tinha e que não dava o mínimo valor ao que tinha, apesar de ser o que de mais valioso possuia.
As palavras no bilhete dela, continuavam a martelar-lhe na cabeça.
"Quando não se sabe o que se tem é muito fácil deixá-lo ir."
Ela estava mais que coberta de razão.
Tinha pena, agora que pensava e dava voltas e voltas á cabeça, tinha pena que só daquela forma ela tivesse conseguido fazê-lo entender.
Fora estúpido demais para perceber que a amava.
Na verdade, e, reflectindo, nunca amara ninguém. Ela fora a primeira pessoa que ele amara, e deixara-a escapar por entre os dedos. Fizera de tudo para a perder, e, tinha quase a certeza que ela não fazia ideia de metade do que ele fizera.
Precisava dela.
Precisava tanto, mas tanto dela.
Se ela ali estivesse, far-lhe-ia um chá, enroscava-se com ele no sofá e afagar-lhe-ia o cabelo até que ele se sentisse melhor, ou, adormecesse.
Coisas que ele nunca fizera por ela, pensou com melancolia.
Ela sempre o apoiara, e estivera lá quando ele precisava. Ele não.
A verdade era que era egoista demais, preocupava-se demasiado consigo próprio para poder dirigir um terço que fosse dessa preocupação com outro ser. Ainda que fosse o ser, que melhor o tinha tratado e que mais se preocupava com ele.
Na verdade, pensou para si, se fosse ao contrário ele já se teria ido embora há muito tempo.
Ela aguentara. Aguentara demasiado, até.
O que o chocara de facto, fora o que ela lhe conseguira demonstrar quando o abandonara.
Só quando ela se fora embora, ele percebeu o que tinha rejeitado. Percebeu o que tinha e que não dava o mínimo valor ao que tinha, apesar de ser o que de mais valioso possuia.
As palavras no bilhete dela, continuavam a martelar-lhe na cabeça.
"Quando não se sabe o que se tem é muito fácil deixá-lo ir."
Ela estava mais que coberta de razão.
Tinha pena, agora que pensava e dava voltas e voltas á cabeça, tinha pena que só daquela forma ela tivesse conseguido fazê-lo entender.
Fora estúpido demais para perceber que a amava.
Na verdade, e, reflectindo, nunca amara ninguém. Ela fora a primeira pessoa que ele amara, e deixara-a escapar por entre os dedos. Fizera de tudo para a perder, e, tinha quase a certeza que ela não fazia ideia de metade do que ele fizera.
Precisava dela.
Precisava tanto, mas tanto dela.
Se ela ali estivesse, far-lhe-ia um chá, enroscava-se com ele no sofá e afagar-lhe-ia o cabelo até que ele se sentisse melhor, ou, adormecesse.
Coisas que ele nunca fizera por ela, pensou com melancolia.
Ela sempre o apoiara, e estivera lá quando ele precisava. Ele não.
A verdade era que era egoista demais, preocupava-se demasiado consigo próprio para poder dirigir um terço que fosse dessa preocupação com outro ser. Ainda que fosse o ser, que melhor o tinha tratado e que mais se preocupava com ele.
sábado, 29 de dezembro de 2012
O QUE NUNCA TE DISSE- Introdução
Fred, sentou-se no sofá, com o ar pensativo que ela sempre adorara nele.
Levou a mão ao peito.
Ainda lhe doía o coração, porque ela se fora embora.
O que iria ele fazer agora?
Até respirar era difícil, sem ela ali.
Outro par de lágrimas escorreu do seu rosto, marcado pelas que tinham caído havia poucos segundos.
O dia em que vira o bilhete dela em cima da mesa da cozinha, o seu mundo parara. Tinha sido, em larga escala, o pior dia da sua vida. O mais triste e tenebroso dia da sua vida.
Ele sabia que ela tinha motivos mais que suficientes para fazer o que fizera.
A culpa era dele, sabia-o.
Pudera evitá-lo. Poderia ter mudado tanta coisa, mas, na verdade, só o percebera quando ela já se tinha ido embora.
Ela avisara-o. Avisara-o tantas vezes.
Não lhe dera ouvidos.
Achara que tê-la conquistado com todo aquele seu palavreado, tinha sido o suficiente.
Achara que por o amar, e, tinha a certeza absoluta que ela o amava, e, agora tinha também a certeza que a amava, por isso, achara que ela ia ficar.
Enroscou-se no sofá, com os olhos lacrimejantes e lembrou-se daquela noite em que ele chegara a casa depois de uma noite de farra com os amigos e a encontrou ali, tal como ele se encontrava agora. Ela estava preocupada porque ele nunca mais chegava, e, nem lhe dissera nada a noite toda. Ele, rira-se dela e, sem mais, fora para a cama.
Tantos erros que tinha cometido, pensou para si próprio.
Estava, naquele preciso momento a pagar por eles.
Ele, a única pessoa capaz de a fazer ficar, fora o primeiro a mandá-la embora.
Levou a mão ao peito.
Ainda lhe doía o coração, porque ela se fora embora.
O que iria ele fazer agora?
Até respirar era difícil, sem ela ali.
Outro par de lágrimas escorreu do seu rosto, marcado pelas que tinham caído havia poucos segundos.
O dia em que vira o bilhete dela em cima da mesa da cozinha, o seu mundo parara. Tinha sido, em larga escala, o pior dia da sua vida. O mais triste e tenebroso dia da sua vida.
Ele sabia que ela tinha motivos mais que suficientes para fazer o que fizera.
A culpa era dele, sabia-o.
Pudera evitá-lo. Poderia ter mudado tanta coisa, mas, na verdade, só o percebera quando ela já se tinha ido embora.
Ela avisara-o. Avisara-o tantas vezes.
Não lhe dera ouvidos.
Achara que tê-la conquistado com todo aquele seu palavreado, tinha sido o suficiente.
Achara que por o amar, e, tinha a certeza absoluta que ela o amava, e, agora tinha também a certeza que a amava, por isso, achara que ela ia ficar.
Enroscou-se no sofá, com os olhos lacrimejantes e lembrou-se daquela noite em que ele chegara a casa depois de uma noite de farra com os amigos e a encontrou ali, tal como ele se encontrava agora. Ela estava preocupada porque ele nunca mais chegava, e, nem lhe dissera nada a noite toda. Ele, rira-se dela e, sem mais, fora para a cama.
Tantos erros que tinha cometido, pensou para si próprio.
Estava, naquele preciso momento a pagar por eles.
Ele, a única pessoa capaz de a fazer ficar, fora o primeiro a mandá-la embora.
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