Acabou por adormecer no sofá.
Quando acordou, ainda sentia aquela dor no peito. Ia demorar a passar, pensou com verdadeira tristeza.
Levantou-se sem energia e com o corpo dorido tomou um duche.
Geralmente, um duche era resposta para os seus aborrecimentos, mas, desta vez não resultara.
Em vez de ficar relaxado, ficara ainda mais nervoso e pesaroso.
A casa estava um desastre.
Lembrava-se do primeiro pensamento quando lera o bilhete de despedida.
Pensara, com dureza e sem piedade, pensara " não fazes cá falta nenhuma".
Mas, a verdade era que fazia. Era ela que punha ordem em tudo. Era arrumada e organizada. Era cuidadosa e tinha atenção aos detalhes.
Era tudo que eu precisava, pensou com tristeza.
Uns cinco minutos depois de sair do duche,a mãe ligara.
Estou sem paciência para ouvir sermões, pensou.
Ainda pensou em não atender a chamada, mas, da maneira que a mãe era exagerada ainda mandava ali a polícia, ou pior, vinha ela em pessoa ver o que se passava afinal.
E, isso, tendo em conta o caos em que aquela casa se encontrava, não era nada bom. Nada bom era eufemismo. Era um DESASTRE!
Falou com a mãe sem lhe dar muitos pormenores, porque curiosamente a mãe era uma das poucas pessoas que não acreditava em tudo que ele dizia, ou seja, sabia perfeitamente quando ele não dizia a verdade. E, ela tinha-o avisado. Até a mãe percebera que o limite dela estava perto de ser ultrapassado.
Sou mesmo estúpido!
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