Fred, sentou-se no sofá, com o ar pensativo que ela sempre adorara nele.
Levou a mão ao peito.
Ainda lhe doía o coração, porque ela se fora embora.
O que iria ele fazer agora?
Até respirar era difícil, sem ela ali.
Outro par de lágrimas escorreu do seu rosto, marcado pelas que tinham caído havia poucos segundos.
O dia em que vira o bilhete dela em cima da mesa da cozinha, o seu mundo parara. Tinha sido, em larga escala, o pior dia da sua vida. O mais triste e tenebroso dia da sua vida.
Ele sabia que ela tinha motivos mais que suficientes para fazer o que fizera.
A culpa era dele, sabia-o.
Pudera evitá-lo. Poderia ter mudado tanta coisa, mas, na verdade, só o percebera quando ela já se tinha ido embora.
Ela avisara-o. Avisara-o tantas vezes.
Não lhe dera ouvidos.
Achara que tê-la conquistado com todo aquele seu palavreado, tinha sido o suficiente.
Achara que por o amar, e, tinha a certeza absoluta que ela o amava, e, agora tinha também a certeza que a amava, por isso, achara que ela ia ficar.
Enroscou-se no sofá, com os olhos lacrimejantes e lembrou-se daquela noite em que ele chegara a casa depois de uma noite de farra com os amigos e a encontrou ali, tal como ele se encontrava agora. Ela estava preocupada porque ele nunca mais chegava, e, nem lhe dissera nada a noite toda. Ele, rira-se dela e, sem mais, fora para a cama.
Tantos erros que tinha cometido, pensou para si próprio.
Estava, naquele preciso momento a pagar por eles.
Ele, a única pessoa capaz de a fazer ficar, fora o primeiro a mandá-la embora.
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