quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O QUE NUNCA TE DISSE

Para ele, fosse qual fosse o problema, sempre lhe parecia mais pequeno depois de uma boa noite de sono.
Descansar era importante para desligar um pouco os pensamentos.
Nunca se pusera no lugar dela, nunca tentara perceber certas coisas...nunca se incomodara com o que se passava com ela.
Os pensamentos deram mais uma volta na sua cabeça, e, por fim acabou por adormecer.
Acordou com o toque do despertador.
Não tinha vontade de se levantar, mas, uma vez que estava numa de perder, não se podia dar ao luxo de perder também o emprego.
Olhou para o caderno cor-de-rosa, pousado agora em cima da mesa da cozinha, quando se preparava para sair para o trabalho, e disse para consigo "vais ter que ficar aqui, com muita pena minha".
Nessa tarde, quando chegou a casa, sentou-se ansioso na mesa da cozinha e pegou no caderno com carinho, como se fosse um objecto querido que já não via há muito tempo.
Ficou ali a agarrar no caderno por uns instantes, até que respirou fundo e o abriu.
Perguntava-se o que faria quando acabasse de o ler, uma vez que o fim lhe parecia estar próximo.
A que se agarraria?
O que faria?

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