Teve que se afastar um pouco do caderno cor-de-rosa.
Desde que o tinha encontrado, ele absorvera-o. Absorvera a sua vida.
A sua rotina era pautada pelas leituras religiosas do caderno.
Não se permitia grandes refeições, porque não queria fazer pausas grandes.
Tinha necessidade de ler.
Era como se aquele caderno...era como sentir ali a sua presença.
Era como ir ao encontro dela, de cada vez que o lia. Das suas palavras, dos seus sentimentos.
Mas, ás vezes, aquelas folhas aparentemente inofensivas, ofendiam-o, atingiam-o com uma grande intensidade.
Havia ali palavras, revelações que o afetavam, que o desorientavam e o faziam refletir.
Talvez, no fundo fosse esse o objectivo dela, ou então, talvez quisesse "desabafar", mas como as coisas entre eles chegaram...ao que chegaram...talvez se tenha visto obrigada a deixar-lhe o diário. Que era quase um diário da relação deles, na perspectiva dela.
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