E, no fundo era a dúvida que dava cabo dele.
Amava-a, disso tinha a certeza.
E, ainda não estava pronto para desistir.
Dava-lhe agora valor demais, para a poder deixar escapar.
Preferia tê-la como amiga, do que não a ter.
Disso tinha a certeza.
Talvez, com o tempo, com as feridas limpas e curadas, ela fosse capaz de perceber que ele mudara mesmo, e , mudara por ela.
Talvez, quando a mágoa e a dor se fossem finalmente embora, talvez aí ela conseguisse dar-lhe uma segunda oportunidade para a fazer feliz.
Ainda não perdera a esperança.
E, se isso acontecesse, ele iria fazê-la feliz.
Muito feliz!
E, ele, ia ser também um homem feliz.
-------------------------------------- THE END -------------------------------------------------------
sábado, 16 de março de 2013
O QUE NUNCA TE DISSE
Ela era uma pessoa sincera e verdadeira, e, com certeza que fazer de conta que estava tudo bem estava fora de questão.
Ela precisava de estar longe dele, e tinha que respeitar isso.
Por muito que lhe custasse, por muito que fosse difícil para ele, e quisesse exactamente o contrário, tinha e ia respeitar isso.
Já fizera tanta coisa errada, que estava mais do que na hora de fazer o que era certo.
Tinha que continuar com a vida aos pouquinhos, levando a cabo as pequenas mudanças que sabia que tinham que ser feitas.
Olhava agora para a sua vida de uma outra forma.
De vez em quando na vida, encontramos pessoas que nos mudam para sempre, nos mudam para melhor, nos mostram que podemos ser mais e melhores, e essas são as pessoas que nos marcam, que deixam um bocadinho de si, aquando da sua passagem pelas nossas vidas, e se tornam inesquecíveis, ainda que não permaneçam nas nossas vidas.
Ela tinha sido sempre uma pessoa maravilhosa para ele, ele, cego demais, burro demais, egocêntrico demais, egoísta demais, não percebera que ela era o tipo de pessoa que quando se agarra não se pode deixar escapar, de forma alguma.
Mas, infelizmente não percebera.
Não percebera a tempo.
Talvez se o tivesse percebido a tempo, pudesse recuperá-la.
Era esse o seu pensamento de todos os dias.
Martirizava-se com o que podia ter acontecido caso o seu comportamento e as suas atitudes tivessem sido outras.
Mas, a verdade era que não podia saber o que poderia ter sido.
Ela precisava de estar longe dele, e tinha que respeitar isso.
Por muito que lhe custasse, por muito que fosse difícil para ele, e quisesse exactamente o contrário, tinha e ia respeitar isso.
Já fizera tanta coisa errada, que estava mais do que na hora de fazer o que era certo.
Tinha que continuar com a vida aos pouquinhos, levando a cabo as pequenas mudanças que sabia que tinham que ser feitas.
Olhava agora para a sua vida de uma outra forma.
De vez em quando na vida, encontramos pessoas que nos mudam para sempre, nos mudam para melhor, nos mostram que podemos ser mais e melhores, e essas são as pessoas que nos marcam, que deixam um bocadinho de si, aquando da sua passagem pelas nossas vidas, e se tornam inesquecíveis, ainda que não permaneçam nas nossas vidas.
Ela tinha sido sempre uma pessoa maravilhosa para ele, ele, cego demais, burro demais, egocêntrico demais, egoísta demais, não percebera que ela era o tipo de pessoa que quando se agarra não se pode deixar escapar, de forma alguma.
Mas, infelizmente não percebera.
Não percebera a tempo.
Talvez se o tivesse percebido a tempo, pudesse recuperá-la.
Era esse o seu pensamento de todos os dias.
Martirizava-se com o que podia ter acontecido caso o seu comportamento e as suas atitudes tivessem sido outras.
Mas, a verdade era que não podia saber o que poderia ter sido.
O QUE NUNCA TE DISSE
É impressionante como as coisas podem mudar, pensou.
N-ao havia assim tanto tempo que ele proibira terminantemente que ela tivesse um cão.
Se calhar, o que ele não queria era ter que dividi-la com o cão.
Queria a tenção dela só para si, muito provavelmente.
O Golias era super engraçado, não se fartava de brincar, andava sempre à procura de uma vítima para roer, corria pela casa toda, corria pelo jardim, e, nunca se cansava de correr.
Ainda não o tinha levado ao parque, mas de certeza que ele ia adorar.
Na verdade, era a primeira vez que tinha um cão e para ser sincero estava bastante entusiasmado.
Com a mania que ele tinha de roer, só esperava que um dia destes não lhe desse para roer os fios eléctricos ou os do telefone, até para o próprio bem dele.
O Joca tinha passado por lá havia quase uma semana, mas não simpatizara com o Golias. Ele trazia uns ténis, ou seja, um dos seus objectos preferidos para roer, por isso atirara-se-lhe logo a eles, e Joca não achara muita graça.
Talvez, quando se conhecessem melhor, pudessem ser amigos.
Continuava a pensar nela com nostalgia.
Gostara tanto da conversa deles, que a sua vontade era repetir....todos os dias.
Ainda pensou ligar-lhe, mas, não a queria pressionar.
Ela deixara claro que ainda era difícil para ela estar perto dele na condição de amigos.
E, para ele também o era, mas não havia outra maneira de poder estar perto dela, apesar de não ser a ideal, era a solução que restava.
Serem amigos.
Talvez devesse ter sido por aí que deveria ter começado a relação deles.
Por serem amigos, por serem companheiros e confidentes.
Sabia que ela tinha razão em tudo o que escrevera , e quando a encontrara no café, percebera que estava zangada, mas também percebera que ela ainda sofria, e , talvez fosse por isso que não quisera manter contacto com ele.
Porque estar perto dele não era fácil.
N-ao havia assim tanto tempo que ele proibira terminantemente que ela tivesse um cão.
Se calhar, o que ele não queria era ter que dividi-la com o cão.
Queria a tenção dela só para si, muito provavelmente.
O Golias era super engraçado, não se fartava de brincar, andava sempre à procura de uma vítima para roer, corria pela casa toda, corria pelo jardim, e, nunca se cansava de correr.
Ainda não o tinha levado ao parque, mas de certeza que ele ia adorar.
Na verdade, era a primeira vez que tinha um cão e para ser sincero estava bastante entusiasmado.
Com a mania que ele tinha de roer, só esperava que um dia destes não lhe desse para roer os fios eléctricos ou os do telefone, até para o próprio bem dele.
O Joca tinha passado por lá havia quase uma semana, mas não simpatizara com o Golias. Ele trazia uns ténis, ou seja, um dos seus objectos preferidos para roer, por isso atirara-se-lhe logo a eles, e Joca não achara muita graça.
Talvez, quando se conhecessem melhor, pudessem ser amigos.
Continuava a pensar nela com nostalgia.
Gostara tanto da conversa deles, que a sua vontade era repetir....todos os dias.
Ainda pensou ligar-lhe, mas, não a queria pressionar.
Ela deixara claro que ainda era difícil para ela estar perto dele na condição de amigos.
E, para ele também o era, mas não havia outra maneira de poder estar perto dela, apesar de não ser a ideal, era a solução que restava.
Serem amigos.
Talvez devesse ter sido por aí que deveria ter começado a relação deles.
Por serem amigos, por serem companheiros e confidentes.
Sabia que ela tinha razão em tudo o que escrevera , e quando a encontrara no café, percebera que estava zangada, mas também percebera que ela ainda sofria, e , talvez fosse por isso que não quisera manter contacto com ele.
Porque estar perto dele não era fácil.
O QUE NUNCA TE DISSE
Segunda-feira passou pelo canil e falou com o responsável, o Alfredo.
O Alfredo explicou-lhe tudo, inclusive os cuidados a ter com o animal e de seguida levou-o até á zona onde estavam os cachorros.
Deu uma vista de olhos e quando viu um cachorrinho branco com uma malha amarela no olho esquerdo, soube que aquele seria o seu próximo companheiro.
Alfredo informara-o que o cãozinho tinha apenas dois meses, e tinha nascido ali no canil, ainda era um bebé o que por um lado facilitaria a aprendizagem e o treino a que ele o submetesse.
Bom, também teria que ter muita paciência, porque provavelmente ia destruir uma ou outra coisita lá em casa.
Pegou nele ao colo e acomodou-o nos seus braços.
Fitou-o por um momento e o cachorrinho devolveu-lhe o olhar.
Tenho a certeza que vamos ser grandes amigos, pensou Fred para si.
Saiu do canil satisfeito.
Pelo menos teria alguém á sua espera todos os dias, pensou animado.
Não que o cachorro fosse um substituto dela, mas ia ser uma companhia.
Mal chegou a casa mostrou-lhe os cantos á casa, enquanto lhe explicava o que podia ou não fazer.
Deixou o jardim para último, e advertiu-o, antes de o por no chão, que tivesse muito cuidado com as flores.
Provavelmente ele nem percebera nada do que lhe explicara, mas tinha que começar por algum lado.
Por falar nisso, devia escolher um nome para ele.
Já sei, disse para si próprio, após breves momentos.
- Vais-te chamar Golias. - disse para o cachorro que andava a explorar o jardim - Gostas? - perguntou aproximando-se.
A resposta, foi um pequeno latido que ele interpretou como um sim.
O QUE NUNCA TE DISSE
Talvez se ela não se tivesse ido embora, ele não tivesse aberto os olhos, talvez não tivesse mudado.
Infelizmente, achava que fora o facto de saber que a tinha perdido que o modificara, e, claro o caderno cor-de-rosa, também tivera o seu papel.
Ao pegar no telemóvel, já em casa, percebeu que tinha uma série de chamadas de Joca.
Tentou ligar-lhe, mas ele não atendia. Ainda devia estar na festa com a rapariga loira, por isso deixou-lhe uma mensagem de voz a dizer que já estava em casa, e que estava bem, ele que não se preocupasse.
Domingo de manhã, acordou mais tarde e deixou-se ficar a preguiçar por um bocado na cama.
Quando se levantou, tomou um duche e foi para casa dos pais, tinha prometido à mãe que iria lá almoçar, e, pelo caminho a mãe ligara-lhe três vezes.
Que mania de o controlar!
- Pensei que já não vinhas. - disse a mãe mal ele entrou em casa.
- Ena, que maneira de cumprimentar o teu filho! - desdenhou ele.
- Oh, deixa-te de coisas, eu bem sei como tu és! És meu filho! E, conheço-te.
- Ai mãe, que dramática! É domingo! Não ia aparecer aqui ás oito da manhã!
Claro que por vontade dela tinha ido lá dormir no dia anterior.
A festa tinha servido como desculpa para o safar, mas, agora servia para o massacrar porque queria pormenores.
É inevitável, para os pais, os filhos nunca crescem.
Mudou de assunto e anunciou que estava a pensar ir ao canil buscar um cão.
Meu Deus, pensou, a única coisa interessante que tenho para contar é que vou adoptar um cão! Daqui a pouco já me vejo no sofá a fazer tricô todas as noites!
Bom, talvez aproveite e faça umas roupas para o cão, visto que agora está na moda os cães usarem roupa.
A mãe não gostou da ideia do canil. Dissera que era ir escolher o que os outros não queriam, as sobras, e ela nunca gostara muito das sobras.
Ele, por seu lado, via a situação de outra maneira.
Para que ir comprar um cão, quando havia tantos no canil, á espera que alguém os levasse para casa. Sabia que alguns nasciam lá, mas outros eram muitas vezes maltratados e abandonados.
Portanto, podia ajudar um cachorrinho que estivesse encarcerado no canil, levá-lo para casa e mostrar-lhe que as segundas oportunidades existem.
Até ele gostava de uma segunda oportunidade.
Bom, e de certa forma estava a tê-la, não se calhar da forma que imaginara, mas por vezes temos que aceitar que nem tudo pode acontecer como nós queríamos ou gostaríamos que fosse.
Infelizmente, achava que fora o facto de saber que a tinha perdido que o modificara, e, claro o caderno cor-de-rosa, também tivera o seu papel.
Ao pegar no telemóvel, já em casa, percebeu que tinha uma série de chamadas de Joca.
Tentou ligar-lhe, mas ele não atendia. Ainda devia estar na festa com a rapariga loira, por isso deixou-lhe uma mensagem de voz a dizer que já estava em casa, e que estava bem, ele que não se preocupasse.
Domingo de manhã, acordou mais tarde e deixou-se ficar a preguiçar por um bocado na cama.
Quando se levantou, tomou um duche e foi para casa dos pais, tinha prometido à mãe que iria lá almoçar, e, pelo caminho a mãe ligara-lhe três vezes.
Que mania de o controlar!
- Pensei que já não vinhas. - disse a mãe mal ele entrou em casa.
- Ena, que maneira de cumprimentar o teu filho! - desdenhou ele.
- Oh, deixa-te de coisas, eu bem sei como tu és! És meu filho! E, conheço-te.
- Ai mãe, que dramática! É domingo! Não ia aparecer aqui ás oito da manhã!
Claro que por vontade dela tinha ido lá dormir no dia anterior.
A festa tinha servido como desculpa para o safar, mas, agora servia para o massacrar porque queria pormenores.
É inevitável, para os pais, os filhos nunca crescem.
Mudou de assunto e anunciou que estava a pensar ir ao canil buscar um cão.
Meu Deus, pensou, a única coisa interessante que tenho para contar é que vou adoptar um cão! Daqui a pouco já me vejo no sofá a fazer tricô todas as noites!
Bom, talvez aproveite e faça umas roupas para o cão, visto que agora está na moda os cães usarem roupa.
A mãe não gostou da ideia do canil. Dissera que era ir escolher o que os outros não queriam, as sobras, e ela nunca gostara muito das sobras.
Ele, por seu lado, via a situação de outra maneira.
Para que ir comprar um cão, quando havia tantos no canil, á espera que alguém os levasse para casa. Sabia que alguns nasciam lá, mas outros eram muitas vezes maltratados e abandonados.
Portanto, podia ajudar um cachorrinho que estivesse encarcerado no canil, levá-lo para casa e mostrar-lhe que as segundas oportunidades existem.
Até ele gostava de uma segunda oportunidade.
Bom, e de certa forma estava a tê-la, não se calhar da forma que imaginara, mas por vezes temos que aceitar que nem tudo pode acontecer como nós queríamos ou gostaríamos que fosse.
O QUE NUNCA TE DISSE
Fitou-o curiosa.
Ele, percebendo que ela estava a olhar fixamente para ele, percebeu que provavelmente estaria a interrogar-se sobre o que estaria ele a pensar.
Desejou secretamente que ela não pensasse que estaria a pensar na esbelta empregada loira, porque não estava.
Contou-lhe o episódio do cão, porque era no que estava a pensar.
- Na verdade - iniciou ele - não sei porque era tão averso a que tivéssemos um cão. - deixou escapar.
- Nem eu. - disse ela pensativa - Eu sempre quis ter um Yorkshire Terrier, acho-os encantadores, até já pensei ter um, mas no apartamento não o posso ter.
Pronto! Já tinha deixado escapar que estava num apartamento!
- Sim, não ia ter muito espaço, para ele. - disse ele, deixando passar o seu deslize aparentemente despercebido.
Acabou por confessar-lhe que provavelmente ia adoptar um cãozinho.
Até já tinha pensado passar pelo canil, mas ainda não tinha tido oportunidade.
Contou-lhe que agora sim, tinha um jardim e até se dedicava a cozinhar.
Ela ouvira-o surpreendida e encantada com aquelas pequenas revelações.
Talvez ele tivesse mesmo mudado.
Ficaram ali á conversa, perdendo a noção do tempo.
Quando repararam nas horas, já era tardíssimo.
Ofereceu-se para a levar a casa, uma vez que o café ficava perto de sua casa, só tinha que ir buscar o carro e levá-la, mas ela não aceitou.
Preferiu chamar um táxi.
Claro, provavelmente não queria que ele soubesse onde morava.
- Sabes, gostei muito. - disse ele verdadeiramente satisfeito.
- Eu também. - assentiu ela.
- Devíamos conversar mais vezes. - deixou ele escapar, antes de ela entrar no táxi.
Talvez, se tivessem conversado mais vezes, antes, antes de ela se ter ido embora, talvez, nessa noite pudessem voltar juntos para casa, em vez de cada um ir para seu lado.
Talvez sim, talvez não.
Ele, percebendo que ela estava a olhar fixamente para ele, percebeu que provavelmente estaria a interrogar-se sobre o que estaria ele a pensar.
Desejou secretamente que ela não pensasse que estaria a pensar na esbelta empregada loira, porque não estava.
Contou-lhe o episódio do cão, porque era no que estava a pensar.
- Na verdade - iniciou ele - não sei porque era tão averso a que tivéssemos um cão. - deixou escapar.
- Nem eu. - disse ela pensativa - Eu sempre quis ter um Yorkshire Terrier, acho-os encantadores, até já pensei ter um, mas no apartamento não o posso ter.
Pronto! Já tinha deixado escapar que estava num apartamento!
- Sim, não ia ter muito espaço, para ele. - disse ele, deixando passar o seu deslize aparentemente despercebido.
Acabou por confessar-lhe que provavelmente ia adoptar um cãozinho.
Até já tinha pensado passar pelo canil, mas ainda não tinha tido oportunidade.
Contou-lhe que agora sim, tinha um jardim e até se dedicava a cozinhar.
Ela ouvira-o surpreendida e encantada com aquelas pequenas revelações.
Talvez ele tivesse mesmo mudado.
Ficaram ali á conversa, perdendo a noção do tempo.
Quando repararam nas horas, já era tardíssimo.
Ofereceu-se para a levar a casa, uma vez que o café ficava perto de sua casa, só tinha que ir buscar o carro e levá-la, mas ela não aceitou.
Preferiu chamar um táxi.
Claro, provavelmente não queria que ele soubesse onde morava.
- Sabes, gostei muito. - disse ele verdadeiramente satisfeito.
- Eu também. - assentiu ela.
- Devíamos conversar mais vezes. - deixou ele escapar, antes de ela entrar no táxi.
Talvez, se tivessem conversado mais vezes, antes, antes de ela se ter ido embora, talvez, nessa noite pudessem voltar juntos para casa, em vez de cada um ir para seu lado.
Talvez sim, talvez não.
O QUE NUNCA TE DISSE
O que ele mais queria era levá-la para casa, mas, sabia que não podia.
Ela ficou surpreendida por ele não a levar directamente para casa, mas ficou agradada por saber que ele ainda se lembrava que ela gostava de frequentar aquele café.
Sabia que o mais acertado era ter recusado ir com ele, mas não conseguiu.
Pelo caminho explicou-lhe que não tinha levado o carro porque Joca lhe dera boleia, e, também ela por coincidência tinha ido com a amiga.
Teve vontade de se rir quando ele pensara que ela era a nova namorada de Samuel, mas conteve-se. O Samuel era mais ou menos como ele fora outrora com ela, por isso estava fora de questão ter o que quer que fosse com ele.
Bom, nem com ele, nem com mais ninguém.
Os seus sentimentos ainda lhe pertenciam (a ele).
Á chegada ao café foram atendidos pela rapariga loira escultural que já ali trabalhava mesmo antes de eles terem começado a namorar.
Ele metia-se sempre com ela, dizendo-lhe que estava na profissão errada, que ela devia era ser modelo. Ela sorria-lhe enquanto corava de vergonha. Vergonha devia ter ele por lhe dizer certo tipo de coisas, mesmo á frente da sua própria namorada.
Ás vezes achava que a rapariga sentia uma certa pena dela. Ele, por seu lado, sentia-se como peixe na água. Gostava de dar nas vistas e de se meter com toda a gente.
Tinha que confessar que o que por alguns era visto como simpatia, a ela irritava-a aquela mania.
Ela gostava de passar despercebida, ele, por seu lado não, fazia-lhe bem ao ego mostrar-se e dar nas vistas.
E, ia ser sempre assim, pensou para consigo, as memórias que tinha deles iriam sempre persegui-la.
Fizeram o pedido, mas ele não se metera com a loira.
Parecia, tal como ela, perdido nos seus pensamentos.
Em que estaria ele a pensar?!
Sempre tivera curiosidade de saber o que se passava dentro daquela cabeça.
Quando o via pensativo, pensava ela própria em que estaria ele a pensar.
Claro que se lhe perguntasse, ele diria que não estava a pensar em nada de especial.
Ela ficou surpreendida por ele não a levar directamente para casa, mas ficou agradada por saber que ele ainda se lembrava que ela gostava de frequentar aquele café.
Sabia que o mais acertado era ter recusado ir com ele, mas não conseguiu.
Pelo caminho explicou-lhe que não tinha levado o carro porque Joca lhe dera boleia, e, também ela por coincidência tinha ido com a amiga.
Teve vontade de se rir quando ele pensara que ela era a nova namorada de Samuel, mas conteve-se. O Samuel era mais ou menos como ele fora outrora com ela, por isso estava fora de questão ter o que quer que fosse com ele.
Bom, nem com ele, nem com mais ninguém.
Os seus sentimentos ainda lhe pertenciam (a ele).
Á chegada ao café foram atendidos pela rapariga loira escultural que já ali trabalhava mesmo antes de eles terem começado a namorar.
Ele metia-se sempre com ela, dizendo-lhe que estava na profissão errada, que ela devia era ser modelo. Ela sorria-lhe enquanto corava de vergonha. Vergonha devia ter ele por lhe dizer certo tipo de coisas, mesmo á frente da sua própria namorada.
Ás vezes achava que a rapariga sentia uma certa pena dela. Ele, por seu lado, sentia-se como peixe na água. Gostava de dar nas vistas e de se meter com toda a gente.
Tinha que confessar que o que por alguns era visto como simpatia, a ela irritava-a aquela mania.
Ela gostava de passar despercebida, ele, por seu lado não, fazia-lhe bem ao ego mostrar-se e dar nas vistas.
E, ia ser sempre assim, pensou para consigo, as memórias que tinha deles iriam sempre persegui-la.
Fizeram o pedido, mas ele não se metera com a loira.
Parecia, tal como ela, perdido nos seus pensamentos.
Em que estaria ele a pensar?!
Sempre tivera curiosidade de saber o que se passava dentro daquela cabeça.
Quando o via pensativo, pensava ela própria em que estaria ele a pensar.
Claro que se lhe perguntasse, ele diria que não estava a pensar em nada de especial.
O QUE NUNCA TE DISSE
Às vezes perguntava-se se não estaria a ser demasiado cabeça dura.
Se não podia passar por cima de tudo, apagar tudo e propor-lhe que recomeçassem do zero.
Estavam ambos infelizes, ambos se martirizavam enquanto pensavam o que o outro estaria a fazer e com quem.
Mas, depois, nos dias em que estava inflexível fazia-se ver a si própria que não era possível. Que não voltaria a confiar nele, e, que seria voltar ao mesmo sofrimento de antes.
A verdade era que, estando longe dele, todas as suas resoluções eram mais fáceis de concretizar e mais viáveis.
Quando ele estava perto dela, como estava agora, todas as suas convicções se desvaneciam.
Era como ter duas pessoas diferentes a habitar dentro de si própria.
A eterna tontinha, super apaixonada por ele, e, a racional, que funcionava muito bem, mas se estivesse longe dele.
Fred respirou fundo, acabara de lhe fazer uma cena.
Nem na sua imaginação teria ido tão longe.
Mas, não se conseguira controlar.
Fora mais forte que ele, e, de certa forma, ainda bem, porque fora a maneira de ficar esclarecido.
- Sim, tens razão, não me deves explicações. - disse ele com uma pontinha de vergonha.
Apesar de não lhas dever, ele queria-as.
Queria muito saber o que ela andara a fazer, o que sentia, como se sentia.
O táxi chegou e ele sem pensar disse-lhe:
- Queres vir tomar um café?
Ela, surpreendida, não sabia o que dizer.
Foi a tontinha super apaixonada que lhe respondeu:
- Está bem.
A racional que fosse á fava.
Ela também queria saber o que ele tinha feito este tempo todo, e, queria muito continuar a conversar com ele.
Foi uma satisfação para os seus ouvidos, ouvir aquela resposta dela.
Achou que ela iria recusar de imediato. mas, ainda bem que se enganara.
Entraram ambos no táxi e ele dissera ao motorista que os levasse a um café que sabia que ela gostava, em tempos, de frequentar.
Se não podia passar por cima de tudo, apagar tudo e propor-lhe que recomeçassem do zero.
Estavam ambos infelizes, ambos se martirizavam enquanto pensavam o que o outro estaria a fazer e com quem.
Mas, depois, nos dias em que estava inflexível fazia-se ver a si própria que não era possível. Que não voltaria a confiar nele, e, que seria voltar ao mesmo sofrimento de antes.
A verdade era que, estando longe dele, todas as suas resoluções eram mais fáceis de concretizar e mais viáveis.
Quando ele estava perto dela, como estava agora, todas as suas convicções se desvaneciam.
Era como ter duas pessoas diferentes a habitar dentro de si própria.
A eterna tontinha, super apaixonada por ele, e, a racional, que funcionava muito bem, mas se estivesse longe dele.
Fred respirou fundo, acabara de lhe fazer uma cena.
Nem na sua imaginação teria ido tão longe.
Mas, não se conseguira controlar.
Fora mais forte que ele, e, de certa forma, ainda bem, porque fora a maneira de ficar esclarecido.
- Sim, tens razão, não me deves explicações. - disse ele com uma pontinha de vergonha.
Apesar de não lhas dever, ele queria-as.
Queria muito saber o que ela andara a fazer, o que sentia, como se sentia.
O táxi chegou e ele sem pensar disse-lhe:
- Queres vir tomar um café?
Ela, surpreendida, não sabia o que dizer.
Foi a tontinha super apaixonada que lhe respondeu:
- Está bem.
A racional que fosse á fava.
Ela também queria saber o que ele tinha feito este tempo todo, e, queria muito continuar a conversar com ele.
Foi uma satisfação para os seus ouvidos, ouvir aquela resposta dela.
Achou que ela iria recusar de imediato. mas, ainda bem que se enganara.
Entraram ambos no táxi e ele dissera ao motorista que os levasse a um café que sabia que ela gostava, em tempos, de frequentar.
O QUE NUNCA TE DISSE
Ela não percebeu aquela reacção dele, passava-se mesmo alguma coisa, mas ela não sabia o que era.
Olhou para ele confusa, e á espera de uma explicação.
- O que se passa? - perguntou ela.
- Bom, digamos que também não foi muito amistoso da tua parte, não me dizeres que tens um namorado novo. - atacou ele, sem conter a frustração que estava a sentir.
Sabia, desde o princípio que não devia ter vindo á festa.
Aliás, evitava todas as festas, com receio de voltar a encontrá-la, e desta vez estivesse acompanhada.
Eram sentimentos ambíguos, porque queria muito vê-la, mas não suportaria ter de a ver com outro.
E, se ele tivesse sabido, não teria posto ali os pés.
Ela olhou para ele com um ar baralhado.
- O que?! - perguntou ela sem perceber.
- Se eu soubesse, não teria vindo, como é óbvio. - disse ele com um ar magoado.
- Fred, não estou a perceber nada do que estás para aí a dizer.
- Se eu soubesse que és a namorada do Samuel, não teria vindo à festa. - disse com os olhos rasos de lágrimas.
Mas o que é que ele estava para ali a dizer?!
Como é que podia sequer pensar que ela tinha um namorado novo?!
Como se fosse fácil esquecê-lo e ao que sentia por ele!
Parvo!pensou.
- Eu não namoro com o Samuel. - disse num tom dócil.
Só queria acabar com aquele sofrimento em que ele parecia estar.
- Não? - perguntou num misto de surpresa e alívio.
- Não. Quem namora com o Samuel é a Joana, a rapariga que ia mesmo atrás de mim. - explicou - Não que te deva explicações, mas eu não namoro com o Samuel, nem com qualquer outro rapaz.
Fred respirou de alívio.
Ela suspirou de tristeza.
O único homem com quem ela queria namorar estava mesmo à sua frente.
Olhou para ele confusa, e á espera de uma explicação.
- O que se passa? - perguntou ela.
- Bom, digamos que também não foi muito amistoso da tua parte, não me dizeres que tens um namorado novo. - atacou ele, sem conter a frustração que estava a sentir.
Sabia, desde o princípio que não devia ter vindo á festa.
Aliás, evitava todas as festas, com receio de voltar a encontrá-la, e desta vez estivesse acompanhada.
Eram sentimentos ambíguos, porque queria muito vê-la, mas não suportaria ter de a ver com outro.
E, se ele tivesse sabido, não teria posto ali os pés.
Ela olhou para ele com um ar baralhado.
- O que?! - perguntou ela sem perceber.
- Se eu soubesse, não teria vindo, como é óbvio. - disse ele com um ar magoado.
- Fred, não estou a perceber nada do que estás para aí a dizer.
- Se eu soubesse que és a namorada do Samuel, não teria vindo à festa. - disse com os olhos rasos de lágrimas.
Mas o que é que ele estava para ali a dizer?!
Como é que podia sequer pensar que ela tinha um namorado novo?!
Como se fosse fácil esquecê-lo e ao que sentia por ele!
Parvo!pensou.
- Eu não namoro com o Samuel. - disse num tom dócil.
Só queria acabar com aquele sofrimento em que ele parecia estar.
- Não? - perguntou num misto de surpresa e alívio.
- Não. Quem namora com o Samuel é a Joana, a rapariga que ia mesmo atrás de mim. - explicou - Não que te deva explicações, mas eu não namoro com o Samuel, nem com qualquer outro rapaz.
Fred respirou de alívio.
Ela suspirou de tristeza.
O único homem com quem ela queria namorar estava mesmo à sua frente.
O QUE NUNCA TE DISSE
Não podia ser!
E não podia ser porque?!
Afinal de contas, ela era livre!
Aquilo era demais para ele!
Quem lhe dera ter ficado em casa!
Se ele soubesse!
Estava em choque!
Uma coisa era ele imaginar que ela pudesse ter seguido em frente, que estivesse com outra pessoa, apesar de isso o deixar doente, outra, bem diferente, era ter a certeza, era saber quem era o tipo.
O tipo que praticamente acabara de conhecer.
Agora sim, tinha que sair dali rapidamente.
Sentia a cerveja a dar-lhe voltas no estômago.
Passou por ela, mas desviou o olhar.
Ela olhou para ele e ia a abrir a boca para o cumprimentar, quando ele passou por ela todo apressado e a olhar em frente.
Ignorara-a?!
Ou não a teria visto?!
Quer reacção tinha sido aquela afinal?!
Tentou ignorar a avalanche de perguntas que lhe acudiam à mente, mas não conseguiu.
Já tinha ignorado muita coisa, durante muito tempo.
Deu meia volta e saiu porta fora atrás dele.
Viu-o cá fora a andar em círculos.
O que se passaria com ele?
Não estava com boa cara.
Aproximou-se dele e disse:
- Fred, estás bem?
Ele levantou o olhar para ela, mas não lhe respondeu.
- Estás a ouvir, Fred, estás bem? - perguntou ela novamente, agora com preocupação.
- E porque não haveria de estar? - perguntou ele, num tom frio.
- Não sei, mas, passaste por mim e nem me falaste....e agora vejo-te aqui a andar de um lado para o outro...com má cara.... - tentou explicar.
- Ah, perdoa-me por não te ter falado, foi uma falta de educação. - disse ele num tom irónico.
- Sim, foi. - disse ela sem se conter - Para quem queria ficar meu amigo, não foi uma atitude muito amistosa.
Ele riu-se alto.
O QUE NUNCA TE DISSE
E que diferença lhe fazia ficar para conhecer a namorada do outro?
Não tinha o mínimo interesse em conhecê-la, pensou aborrecido.
- Então e o que é que o está a demorar tanto? - perguntou Fred.
- Ah, ela ainda não chegou. - explicou o amigo.
- Sendo assim, vou-me embora. - disse Fred com convicção.
Não ia ficar ali à espera, para conhecer a namorada de alguém que ele também mal conhecia.
Joca não ficara muito contente, mas não o podia impedir.
Fred chamou um táxi e dirigia-se para a porta principal quando deu de caras com ela.
O seu coração quase lhe saltava pela boca.
O que estaria ela a fazer ali?!
Oh, não!
Seria ela a namorada "oficial" do Samuel?!
Não tinha o mínimo interesse em conhecê-la, pensou aborrecido.
- Então e o que é que o está a demorar tanto? - perguntou Fred.
- Ah, ela ainda não chegou. - explicou o amigo.
- Sendo assim, vou-me embora. - disse Fred com convicção.
Não ia ficar ali à espera, para conhecer a namorada de alguém que ele também mal conhecia.
Joca não ficara muito contente, mas não o podia impedir.
Fred chamou um táxi e dirigia-se para a porta principal quando deu de caras com ela.
O seu coração quase lhe saltava pela boca.
O que estaria ela a fazer ali?!
Oh, não!
Seria ela a namorada "oficial" do Samuel?!
O QUE NUNCA TE DISSE
Quando sábado chegou, não tinha vontade nenhuma de ir à festa, mas prometera a Joca.
O amigo, talvez por medo que ele mudasse de ideias á última fora, oferecera-se para o ir buscar a casa. Não pudera recusar, por isso ali estava ele, á espera do amigo.
Quando lhe abriu a porta, reparou que o seu guarda-roupa não tinha agradado ao amigo, mas ele nada dissera.
Fred pensou para consigo, bolas que estás pior que as mulheres, com esta treta da roupa, mas também não puxara o assunto.
Percebia que Joca estava animado, não sabia era se por finalmente o conseguir tirar de casa ou por ter grandes expectativas em relação à festa.
Para Fred, quanto mais depressa se pudesse vir embora, melhor, mas não lhe dissera nada.
Nem podia, não podia estragar a satisfação do amigo daquela maneira.
Mal entraram na casa do amigo de Joca, foi-lhe apresentado o anfitrião da festa.
Pouco tempo depois, já estava rodeado pelo velho grupo de festas e saídas, todos a querer saber o que era feito dele, por onde andara...
Livrou-se das perguntas o melhor que pôde.
Tentou não dar muitas explicações, e, manteve-se no seu canto.
Tinha que concordar que havia ali muita gente bonita, e já alcoolicamente muito bem disposta também.
Pronto, tinha cumprido a sua parte, agora estava na hora de se ir embora.
Procurou Joca por todo o lado e não o encontrara, até que, passado um bocadinho lá vinha ele com uma loira a reboque, aos risinhos.
Quando chegaram ao pé dele, apresentou-lha.
Fred cumprimentou-a, sem interesse e comunicou-lhe que estava na hora dele, por isso ia-se embora.
- Já, Fred? Espera mais um bocadinho, parece que o Samuel (anfitrião) faz questão de apresentar hoje a sua namorada oficial.
- Mas, porque? Tem alguma que não seja oficial? - perguntou Fred no gozo.
Ele também tivera.
Até tivera casos com outras, mesmo tendo uma namorada oficial.
- Oh, deixa-te de coisas, Fred. Fica lá mais um bocadinho.
O amigo, talvez por medo que ele mudasse de ideias á última fora, oferecera-se para o ir buscar a casa. Não pudera recusar, por isso ali estava ele, á espera do amigo.
Quando lhe abriu a porta, reparou que o seu guarda-roupa não tinha agradado ao amigo, mas ele nada dissera.
Fred pensou para consigo, bolas que estás pior que as mulheres, com esta treta da roupa, mas também não puxara o assunto.
Percebia que Joca estava animado, não sabia era se por finalmente o conseguir tirar de casa ou por ter grandes expectativas em relação à festa.
Para Fred, quanto mais depressa se pudesse vir embora, melhor, mas não lhe dissera nada.
Nem podia, não podia estragar a satisfação do amigo daquela maneira.
Mal entraram na casa do amigo de Joca, foi-lhe apresentado o anfitrião da festa.
Pouco tempo depois, já estava rodeado pelo velho grupo de festas e saídas, todos a querer saber o que era feito dele, por onde andara...
Livrou-se das perguntas o melhor que pôde.
Tentou não dar muitas explicações, e, manteve-se no seu canto.
Tinha que concordar que havia ali muita gente bonita, e já alcoolicamente muito bem disposta também.
Pronto, tinha cumprido a sua parte, agora estava na hora de se ir embora.
Procurou Joca por todo o lado e não o encontrara, até que, passado um bocadinho lá vinha ele com uma loira a reboque, aos risinhos.
Quando chegaram ao pé dele, apresentou-lha.
Fred cumprimentou-a, sem interesse e comunicou-lhe que estava na hora dele, por isso ia-se embora.
- Já, Fred? Espera mais um bocadinho, parece que o Samuel (anfitrião) faz questão de apresentar hoje a sua namorada oficial.
- Mas, porque? Tem alguma que não seja oficial? - perguntou Fred no gozo.
Ele também tivera.
Até tivera casos com outras, mesmo tendo uma namorada oficial.
- Oh, deixa-te de coisas, Fred. Fica lá mais um bocadinho.
O QUE NUNCA TE DISSE
- Ele é um bocado irrequieto, e, quando o trago ao parque e se apanha solto, desata logo a correr. - explicou ela - E depois, fico montes de tempo á procura dele. Acho que é a essa parte que ele acha tanta graça.
- Devia ter mais cuidado. - disse Fred num tom mais duro do que pretendia - Ou, qualquer dia ainda fica sem ele. - advertiu.
- Sim, talvez tenha razão. - concordou ela, com pouco agrado.
E, tinha mesmo, pensou para consigo. O cão nem sequer tinha coleira, nem identificação, até a ele próprio lhe ocorrera levá-lo consigo.
- Não me leve a mal - disse Fred num tom mais suave - mas, ele não tem coleira, nem identificação...
- Claro que tem! - interrompeu ela com convicção.
Deu uma olhadela ao cão e ralhou:
- Binky, o que fizeste tu à coleira, seu maroto?
- Como eu dizia, deve fazer mais atenção. - repetiu Fred.
A rapariga olhou-o com cara de poucos amigos, mas, ele tinha razão. Agradeceu-lhe, pegou em Binky ao colo e foi-se embora.
Pelo menos, o Binky era mais simpático que ela, pensou.
Bom, talvez fosse a preocupação com o seu cachorro a falar mais alto.
Também, nem sequer a conhecia, não podia fazer juízos de valor.
Enquanto ia para casa ficou a matutar numa ideia que lhe ocorrera.
- Devia ter mais cuidado. - disse Fred num tom mais duro do que pretendia - Ou, qualquer dia ainda fica sem ele. - advertiu.
- Sim, talvez tenha razão. - concordou ela, com pouco agrado.
E, tinha mesmo, pensou para consigo. O cão nem sequer tinha coleira, nem identificação, até a ele próprio lhe ocorrera levá-lo consigo.
- Não me leve a mal - disse Fred num tom mais suave - mas, ele não tem coleira, nem identificação...
- Claro que tem! - interrompeu ela com convicção.
Deu uma olhadela ao cão e ralhou:
- Binky, o que fizeste tu à coleira, seu maroto?
- Como eu dizia, deve fazer mais atenção. - repetiu Fred.
A rapariga olhou-o com cara de poucos amigos, mas, ele tinha razão. Agradeceu-lhe, pegou em Binky ao colo e foi-se embora.
Pelo menos, o Binky era mais simpático que ela, pensou.
Bom, talvez fosse a preocupação com o seu cachorro a falar mais alto.
Também, nem sequer a conhecia, não podia fazer juízos de valor.
Enquanto ia para casa ficou a matutar numa ideia que lhe ocorrera.
O QUE NUNCA TE DISSE
Era impressionante, como qualquer pormenorzinho o fazia pensar nela.
Não conseguia evitar.
Observou o cãozinho que lhe parecia ser um rafeiro simpático, com atenção para tentar perceber se ele estaria perdido, ou se era um cão de rua.
Não tinha coleira, nem placa de identificação.
Teria fugido ao dono, ou não teria dono?!
O cão continuava a olhar para ele com um ar satisfeito, talvez pensasse que ele teria comida para lhe dar, se bem que ele parecia mais inclinado para brincar.
Pegou num ramo e atirou-o para os arbustos, ali perto.
Mal viu o ramo a ir pelo ar, o cão começou uma corrida até o alcançar.
Ora, gostas desta brincadeira, pensou satisfeito.
Bom, se não aparecesse ninguém a reclamá-lo, não o iria deixar ali.
Levá-lo-ia com ele para casa, decidiu.
Simpatizara com o cão.
Atirou-lhe o ramo mais meia dúzia de vezes, enquanto o cachorro o recolhia satisfeito.
Estava outra vez a fazer-lhe festas, quando viu a rapariga que vinha a correr naquela direcção, com um ar atrapalhado.
- Oh, Binky, estás aqui! - disse, baixando-se para fazer festas ao cão.
- Este cão é seu? - perguntou Fred, curioso.
- Sim, o Binky é meu, oh, peço desculpa, pelo incómodo. - disse ela sem jeito.
- Não foi incómodo nenhum.
Na verdade até estava a gostar, e , foi com pena que soube que afinal o cão tinha dono, dona, neste caso.
Não conseguia evitar.
Observou o cãozinho que lhe parecia ser um rafeiro simpático, com atenção para tentar perceber se ele estaria perdido, ou se era um cão de rua.
Não tinha coleira, nem placa de identificação.
Teria fugido ao dono, ou não teria dono?!
O cão continuava a olhar para ele com um ar satisfeito, talvez pensasse que ele teria comida para lhe dar, se bem que ele parecia mais inclinado para brincar.
Pegou num ramo e atirou-o para os arbustos, ali perto.
Mal viu o ramo a ir pelo ar, o cão começou uma corrida até o alcançar.
Ora, gostas desta brincadeira, pensou satisfeito.
Bom, se não aparecesse ninguém a reclamá-lo, não o iria deixar ali.
Levá-lo-ia com ele para casa, decidiu.
Simpatizara com o cão.
Atirou-lhe o ramo mais meia dúzia de vezes, enquanto o cachorro o recolhia satisfeito.
Estava outra vez a fazer-lhe festas, quando viu a rapariga que vinha a correr naquela direcção, com um ar atrapalhado.
- Oh, Binky, estás aqui! - disse, baixando-se para fazer festas ao cão.
- Este cão é seu? - perguntou Fred, curioso.
- Sim, o Binky é meu, oh, peço desculpa, pelo incómodo. - disse ela sem jeito.
- Não foi incómodo nenhum.
Na verdade até estava a gostar, e , foi com pena que soube que afinal o cão tinha dono, dona, neste caso.
O QUE NUNCA TE DISSE
De facto, as pessoas nunca conseguem estar contentes consigo próprias, nem com os outros.
Até a mãe, que sempre disparatara com ele por sair tanto, por deixar a namorada em casa e ir sair quando bem lhe apetecia, agora achava que ficar enfiado em casa não lhe fazia nada bem, e até o incentivava a sair.
Quando saía, não lhe agradava, agora que não saía, também não lhe agradava.
De facto, não se pode agradar a toda a gente.
A verdade era que levava agora uma vida bem mais "saudável" e sentia-se bem com isso.
Claro que, lhe faltava ela e tinha muitas saudades, mas começava a acostumar-se à sua ausência.
Começava a saber lidar com as saudades que tinha.
Pegou no casaco e decidiu ir até ao parque.
Gostava de ir ali, porque se distraia um bocado, caminhava e apreciava a beleza e harmonia das espécies florais que ali havia.
Ia ele a caminhar, perdido nos seus pensamentos, quando reparou num cãozinho que parecia segui-lo.
Parou por uns segundos, e o cão parou com ele.
Recomeçou a andar e o cão seguiu-o.
- Andas a seguir-me hein? - perguntou.
Oh, meu Deus!
Até já falas com cães!
A tua mãe tem mesmo razão em estar preocupada.
Parou e fitou o cão.
O cão ladrava e abanava a cauda energicamente.
Baixou-se e afagou-lhe a cabecinha castanha clara.
Ela sempre quisera ter um cão, dissera-lhe tantas vezes que gostava de ter um Yorkshire Terrier.
Ele, gozara com ela, claro.
Dissera-lhe que isso nem sequer era um cão, era um cachorrinho, além disso não tinham onde o pôr, e ele, com certeza que não o ia passear.
Era sempre do contra, tinha que admitir.
Bastava ela dizer qualquer coisa, que ele era logo do contra.
Até a mãe, que sempre disparatara com ele por sair tanto, por deixar a namorada em casa e ir sair quando bem lhe apetecia, agora achava que ficar enfiado em casa não lhe fazia nada bem, e até o incentivava a sair.
Quando saía, não lhe agradava, agora que não saía, também não lhe agradava.
De facto, não se pode agradar a toda a gente.
A verdade era que levava agora uma vida bem mais "saudável" e sentia-se bem com isso.
Claro que, lhe faltava ela e tinha muitas saudades, mas começava a acostumar-se à sua ausência.
Começava a saber lidar com as saudades que tinha.
Pegou no casaco e decidiu ir até ao parque.
Gostava de ir ali, porque se distraia um bocado, caminhava e apreciava a beleza e harmonia das espécies florais que ali havia.
Ia ele a caminhar, perdido nos seus pensamentos, quando reparou num cãozinho que parecia segui-lo.
Parou por uns segundos, e o cão parou com ele.
Recomeçou a andar e o cão seguiu-o.
- Andas a seguir-me hein? - perguntou.
Oh, meu Deus!
Até já falas com cães!
A tua mãe tem mesmo razão em estar preocupada.
Parou e fitou o cão.
O cão ladrava e abanava a cauda energicamente.
Baixou-se e afagou-lhe a cabecinha castanha clara.
Ela sempre quisera ter um cão, dissera-lhe tantas vezes que gostava de ter um Yorkshire Terrier.
Ele, gozara com ela, claro.
Dissera-lhe que isso nem sequer era um cão, era um cachorrinho, além disso não tinham onde o pôr, e ele, com certeza que não o ia passear.
Era sempre do contra, tinha que admitir.
Bastava ela dizer qualquer coisa, que ele era logo do contra.
O QUE NUNCA TE DISSE
- Mesmo assim, e, não me leves a mal, acho que está na altura de seguires em frente.
- Sim, provavelmente tens razão.
Para que contrariá-lo?
O amigo não percebia que o caso ia para lá do que ele imaginava, apesar de ele saber muita coisa acerca dele e da relação com ela, também havia muita coisa que ele não sabia.
Fez-lhe a vontade e concordou com tudo que ele dissera.
Não valia a pena discordar, além disso percebia que era alvo de preocupação por parte do amigo.
E, a última coisa que queria era preocupá-lo.
Para o descansar, e, sem se dar conta, concordou que iria à festa em casa de um amigo de Joca no próximo fim-de-semana.
Pronto, acabara de se meter numa alhada, sem se aperceber.
Bom, também não tinha motivos para se preocupar.
Aparecia, bebia um copo e mostrava ao amigo que estava curado, fosse lá de que doença fosse que ele pensava que o atacara.
Não queria que ele se preocupasse, e , talvez assim ele ficasse descansado e o deixasse um bocadinho em paz.
- Sim, provavelmente tens razão.
Para que contrariá-lo?
O amigo não percebia que o caso ia para lá do que ele imaginava, apesar de ele saber muita coisa acerca dele e da relação com ela, também havia muita coisa que ele não sabia.
Fez-lhe a vontade e concordou com tudo que ele dissera.
Não valia a pena discordar, além disso percebia que era alvo de preocupação por parte do amigo.
E, a última coisa que queria era preocupá-lo.
Para o descansar, e, sem se dar conta, concordou que iria à festa em casa de um amigo de Joca no próximo fim-de-semana.
Pronto, acabara de se meter numa alhada, sem se aperceber.
Bom, também não tinha motivos para se preocupar.
Aparecia, bebia um copo e mostrava ao amigo que estava curado, fosse lá de que doença fosse que ele pensava que o atacara.
Não queria que ele se preocupasse, e , talvez assim ele ficasse descansado e o deixasse um bocadinho em paz.
sexta-feira, 15 de março de 2013
O QUE NUNCA TE DISSE
Depois de uma longa conversa com a mãe, levantou-se e foi preparar o jantar.
Agora, até cozinhava, pensou, enquanto se ria consigo próprio.
Na verdade, sempre gostara de comer uma boa refeição, e ás vezes até ajudava na cozinha.
Descobrira agora que até tinha bastante jeito para cozinhar.
No fundo, cozinhar requer uma grande dose de dedicação e paciência.
Até já tinha pedido algumas receitas à mãe. De certeza que ela pensara "Quem é este? E onde está o meu filho?!" , mas lá lhe cedera as receitas.
Continuava sem ir às festas, mas de vez em quando lá saia com Joca para ir beber uma cerveja.
Não tivera notícias ela, nem a voltara a encontrar, apesar de frequentar o café regularmente, na esperança de a encontrar.
- Fred, acho que está na altura de a esqueceres. - disse Joca com um ar sério, há duas semanas atrás.
Fred olhara para ele, mas não lhe dissera nada.
Que poderia dizer-lhe?!
- Vá lá meu amigo, nunca te vi assim, por causa de miúda nenhuma. - insistira o amigo.
Estava preocupado com ele, apesar de não ter motivo.
- Porque nunca amei nenhuma antes dela.
Agora, até cozinhava, pensou, enquanto se ria consigo próprio.
Na verdade, sempre gostara de comer uma boa refeição, e ás vezes até ajudava na cozinha.
Descobrira agora que até tinha bastante jeito para cozinhar.
No fundo, cozinhar requer uma grande dose de dedicação e paciência.
Até já tinha pedido algumas receitas à mãe. De certeza que ela pensara "Quem é este? E onde está o meu filho?!" , mas lá lhe cedera as receitas.
Continuava sem ir às festas, mas de vez em quando lá saia com Joca para ir beber uma cerveja.
Não tivera notícias ela, nem a voltara a encontrar, apesar de frequentar o café regularmente, na esperança de a encontrar.
- Fred, acho que está na altura de a esqueceres. - disse Joca com um ar sério, há duas semanas atrás.
Fred olhara para ele, mas não lhe dissera nada.
Que poderia dizer-lhe?!
- Vá lá meu amigo, nunca te vi assim, por causa de miúda nenhuma. - insistira o amigo.
Estava preocupado com ele, apesar de não ter motivo.
- Porque nunca amei nenhuma antes dela.
O QUE NUNCA TE DISSE
- Bom, não te tomo mais tempo. - disse ele, com um olhar triste - Até uma próxima. - disse sem convicção, enquanto se levantava e a deixava ali sentada à mesa.
Quando saiu do café, o coração ainda lhe martelava no peito com uma força desmedida.
Nem conseguia acreditar que finalmente a tinha visto!
Pelo menos, não se tinha mudado, e graças a Deus que a tinha encontrado sozinha.
Chegava a ser irónico!
Procurara durante este tempo todo, entrar em contacto com ela, e , quando menos esperara, ali estava ela!
Percebeu o desagrado na face dela, quando o vira.
Doeu-lhe, mas conseguia compreender que era natural, que provavelmente ela não o queria ver nem pintado de azul, que era a sua cor favorita.
Perscrutara a expressão dela, tentando encontrar algum sinal que lhe indicasse que além de zangada, ainda tinha algum tipo de sentimento por ele.
Infelizmente, não conseguira chegar a nenhuma conclusão.
Ela exibira durante toda a conversa, uma expressão dura e distante.
Não tinha qualquer hipótese, pensou desanimado.
Caminhou para casa, enquanto pensava na conversa que tiveram.
Sentia uma espécie de alívio, por finalmente terem conversado, ou por ter falado e ela o ter escutado.
Ao chegar a casa, esparramou-se no sofá, pegou no comando e ligou a televisão.
Tinha percebido que ver televisão o ajudava a desanuviar a cabeça.
Quando ligava a televisão, era como se desligasse os seus pensamentos e deixava-se absorver totalmente pela caixinha mágica.
Também a jardinagem tinha nele um efeito terapêutico.
Decididamente, estava a descobrir coisas sobre si próprio, que nem ele sabia.
E, descobrira que era possível mudar certas coisas nas nossas vidas, se nos dedicarmos a isso.
Não é fácil, assim como não é fácil admitir quando erramos, mas é possível.
Quando saiu do café, o coração ainda lhe martelava no peito com uma força desmedida.
Nem conseguia acreditar que finalmente a tinha visto!
Pelo menos, não se tinha mudado, e graças a Deus que a tinha encontrado sozinha.
Chegava a ser irónico!
Procurara durante este tempo todo, entrar em contacto com ela, e , quando menos esperara, ali estava ela!
Percebeu o desagrado na face dela, quando o vira.
Doeu-lhe, mas conseguia compreender que era natural, que provavelmente ela não o queria ver nem pintado de azul, que era a sua cor favorita.
Perscrutara a expressão dela, tentando encontrar algum sinal que lhe indicasse que além de zangada, ainda tinha algum tipo de sentimento por ele.
Infelizmente, não conseguira chegar a nenhuma conclusão.
Ela exibira durante toda a conversa, uma expressão dura e distante.
Não tinha qualquer hipótese, pensou desanimado.
Caminhou para casa, enquanto pensava na conversa que tiveram.
Sentia uma espécie de alívio, por finalmente terem conversado, ou por ter falado e ela o ter escutado.
Ao chegar a casa, esparramou-se no sofá, pegou no comando e ligou a televisão.
Tinha percebido que ver televisão o ajudava a desanuviar a cabeça.
Quando ligava a televisão, era como se desligasse os seus pensamentos e deixava-se absorver totalmente pela caixinha mágica.
Também a jardinagem tinha nele um efeito terapêutico.
Decididamente, estava a descobrir coisas sobre si próprio, que nem ele sabia.
E, descobrira que era possível mudar certas coisas nas nossas vidas, se nos dedicarmos a isso.
Não é fácil, assim como não é fácil admitir quando erramos, mas é possível.
O QUE NUNCA TE DISSE
Ilusões criadas por ele.
E, sentiu-se tão vulnerável, tão estúpida,por se ter deixado conquistar com as palavras bonitas dele, com os gestos carinhosos, com os passeios românticos, com as declarações inesperadas.
Deixara-se levar, baixara a guarda e entregara-se completamente.
E, quando percebera que ele não era tão maravilhoso como parecia, fora como se tivesse caído a um lago de gelo em pleno Inverno.
Sentira uma desilusão imensa, ficara triste e zangada consigo própria por se ter deixado enganar tão facilmente, e com ele por a enganar.
Fora tão doloroso, mas ela aguentara.
Aguentava sempre!
Fizera-se de forte, quisera acreditar que talvez fosse uma fase, que pudessem resolver aquilo e ficar juntos.
Mas não puderam.
Ele não ouvira, e, não quisera saber.
Ela aguentara até onde lhe fora possível.
E, sentiu-se tão vulnerável, tão estúpida,por se ter deixado conquistar com as palavras bonitas dele, com os gestos carinhosos, com os passeios românticos, com as declarações inesperadas.
Deixara-se levar, baixara a guarda e entregara-se completamente.
E, quando percebera que ele não era tão maravilhoso como parecia, fora como se tivesse caído a um lago de gelo em pleno Inverno.
Sentira uma desilusão imensa, ficara triste e zangada consigo própria por se ter deixado enganar tão facilmente, e com ele por a enganar.
Fora tão doloroso, mas ela aguentara.
Aguentava sempre!
Fizera-se de forte, quisera acreditar que talvez fosse uma fase, que pudessem resolver aquilo e ficar juntos.
Mas não puderam.
Ele não ouvira, e, não quisera saber.
Ela aguentara até onde lhe fora possível.
O QUE NUNCA TE DISSE
Também gostaria de ter notícias dele, admitiu para si própria.
Bom, na verdade, desde que...desde que se tinha separado dele, ela continuava a receber notícias dele, apesar de se mostrar desinteressada, ela queria saber, precisava saber como é que ele estava.
Tinha sido tão difícil, pensou.
Pensou tantas vezes em voltar.
Tinha travado muitas lutas consigo própria, e, na verdade não sabia que parte de si saíra vencedora.
A verdade era que tentava manter-se firme, fria e racional, mas sabia que ao mínimo contacto com ele, cederia.
Sabia que o seu coração lutava com todas as forças contra a razão, lutava para voltar para ele.
Quando ele dissera que ela devia ter-lhe dito que não era feliz com ele, tivera vontade de dizer-lhe que estava enganado, que houve momentos em que ele a fizera muito feliz.
Houve momentos na relação deles, de pura felicidade para ela. Andava nas nuvens, até que descobrira certas coisas, que a fizeram duvidar de tudo.
Mas, até saber certas coisas, fora muito feliz com ele.
Depois, quando descobrira, não conseguia evitar a dúvida, não conseguia afastar do pensamento se a estaria a enganar ou não.
Olhava para trás, para esses dias tão felizes que recordava com ele, e , pensava que percentagem de verdade haveria nesses momentos.
Não sabia o que era real, nem o que era apenas ilusão.
Bom, na verdade, desde que...desde que se tinha separado dele, ela continuava a receber notícias dele, apesar de se mostrar desinteressada, ela queria saber, precisava saber como é que ele estava.
Tinha sido tão difícil, pensou.
Pensou tantas vezes em voltar.
Tinha travado muitas lutas consigo própria, e, na verdade não sabia que parte de si saíra vencedora.
A verdade era que tentava manter-se firme, fria e racional, mas sabia que ao mínimo contacto com ele, cederia.
Sabia que o seu coração lutava com todas as forças contra a razão, lutava para voltar para ele.
Quando ele dissera que ela devia ter-lhe dito que não era feliz com ele, tivera vontade de dizer-lhe que estava enganado, que houve momentos em que ele a fizera muito feliz.
Houve momentos na relação deles, de pura felicidade para ela. Andava nas nuvens, até que descobrira certas coisas, que a fizeram duvidar de tudo.
Mas, até saber certas coisas, fora muito feliz com ele.
Depois, quando descobrira, não conseguia evitar a dúvida, não conseguia afastar do pensamento se a estaria a enganar ou não.
Olhava para trás, para esses dias tão felizes que recordava com ele, e , pensava que percentagem de verdade haveria nesses momentos.
Não sabia o que era real, nem o que era apenas ilusão.
O QUE NUNCA TE DISSE
E mesmo assim, mesmo depois de saber, mesmo depois de se zangar por ser tão idiota, mesmo depois de se zangar com ele, pensou perdoar-lhe.
E, mesmo agora que o via naquele estado de confusão e desorientação, tinha vontade de lhe dizer que ia com ele para casa.
Fora sempre assim, por mais chateada que estivesse com ele, quando o tinha perto de si, esquecia-se de tudo, e quando estava nos braços dele, nada mais importava, tudo passava e fosse o que fosse que a incomodava deixava de ser relevante, porque estava nos braços dele.
Porque adorava ser abraçada por ele.
Adorava aninhar-se nos braços dele, voltava a sentir-se pequena, e sentia o calor que emanava dele a envolver o seu corpo.
Sentia-se confortável e protegida, e era por isso que gostava tanto dos abraços dele.
E, sentia tanto a falta dos abraços dele.
- Mas, pelo menos não desapareças. - pediu ele - Gostava que....se não fosse pedir demais, gostava que fosses dando notícias.
- Tudo bem. - assentiu ela com a cabeça.
E, mesmo agora que o via naquele estado de confusão e desorientação, tinha vontade de lhe dizer que ia com ele para casa.
Fora sempre assim, por mais chateada que estivesse com ele, quando o tinha perto de si, esquecia-se de tudo, e quando estava nos braços dele, nada mais importava, tudo passava e fosse o que fosse que a incomodava deixava de ser relevante, porque estava nos braços dele.
Porque adorava ser abraçada por ele.
Adorava aninhar-se nos braços dele, voltava a sentir-se pequena, e sentia o calor que emanava dele a envolver o seu corpo.
Sentia-se confortável e protegida, e era por isso que gostava tanto dos abraços dele.
E, sentia tanto a falta dos abraços dele.
- Mas, pelo menos não desapareças. - pediu ele - Gostava que....se não fosse pedir demais, gostava que fosses dando notícias.
- Tudo bem. - assentiu ela com a cabeça.
O QUE NUNCA TE DISSE
E todos os dias, isso lhe passava pela cabeça e cada vez que pensava nisso doía-lhe o coração.
Doía-lhe, pensar que ele nunca pensara, nem quisera as mesmas coisas que ela.
Doía-lhe sempre que se lembrava das traições, das mentiras, de quanto sofrera.
E, o que mais lhe doía era saber que apesar de tudo, ainda o amava.
E, era capaz de lhe perdoar, aliás, como perdoara de outras vezes, convencendo-se a si própria que seria a última vez.
Que ele ia perceber que a estava a perder e ia mudar.
Mas ele não percebeu.
E, a gota de água fora quando ele se envolvera com uma amiga de uma colega do seu trabalho. Teve vontade de se rir da ironia, porque o seu coração explodia de dor, quando a colega lhe contara.
Sabia que já não era a primeira vez, e, sentiu-se patética, sentiu-se uma idiota.
Pensou que ele devia ser mesmo estúpido por não pensar que ela iria saber. Afinal, tratava-se de uma pessoa que conhecia ambas as raparigas....e o conhecia a ele!
Como é que não imaginara que ela viria a saber?!
Doía-lhe, pensar que ele nunca pensara, nem quisera as mesmas coisas que ela.
Doía-lhe sempre que se lembrava das traições, das mentiras, de quanto sofrera.
E, o que mais lhe doía era saber que apesar de tudo, ainda o amava.
E, era capaz de lhe perdoar, aliás, como perdoara de outras vezes, convencendo-se a si própria que seria a última vez.
Que ele ia perceber que a estava a perder e ia mudar.
Mas ele não percebeu.
E, a gota de água fora quando ele se envolvera com uma amiga de uma colega do seu trabalho. Teve vontade de se rir da ironia, porque o seu coração explodia de dor, quando a colega lhe contara.
Sabia que já não era a primeira vez, e, sentiu-se patética, sentiu-se uma idiota.
Pensou que ele devia ser mesmo estúpido por não pensar que ela iria saber. Afinal, tratava-se de uma pessoa que conhecia ambas as raparigas....e o conhecia a ele!
Como é que não imaginara que ela viria a saber?!
O QUE NUNCA TE DISSE
Fingir que estava tudo bem, quando não estava, fora sempre um escape para ela, um meio de defesa, uma forma de se proteger, e, a verdade era que acabava por ser muito cansativo.
E, com ele, agora que ele sabia quase tanto como ela própria, não conseguia mais fingir, não conseguia mais fazer-se de forte.
E, tal como sempre fora, tinha que ser sincera com ele.
- Fred - iniciou hesitante - eu...eu não sei se consigo ser tua amiga. Pelo menos por enquanto. - disse com sinceridade.
- Eu percebo. - acabou ele por dizer.
Tinha que perceber.
Mas doeu-lhe.
Doeu-lhe no peito constatar que nunca mais a teria, nem que fosse só como amiga.
Ela percebeu a tristeza, ou talvez algo mais que ela não percebia o que era, que o invadiu.
A última coisa que queria era vê-lo triste.
Não queria, aliás, nunca quis que ele sofresse, em circunstância alguma.
Sempre lhe desejara o melhor, e queria apenas que ele fosse feliz, ainda que não pudesse ser com ela.
E, ela quisera muito ser feliz com ele.
Quisera ficar com ele para sempre.
Fizera planos, na sua cabeça, para o futuro, para eles.
Achara mesmo que iam ficar juntos para sempre.
Mas não ficaram.
E, com ele, agora que ele sabia quase tanto como ela própria, não conseguia mais fingir, não conseguia mais fazer-se de forte.
E, tal como sempre fora, tinha que ser sincera com ele.
- Fred - iniciou hesitante - eu...eu não sei se consigo ser tua amiga. Pelo menos por enquanto. - disse com sinceridade.
- Eu percebo. - acabou ele por dizer.
Tinha que perceber.
Mas doeu-lhe.
Doeu-lhe no peito constatar que nunca mais a teria, nem que fosse só como amiga.
Ela percebeu a tristeza, ou talvez algo mais que ela não percebia o que era, que o invadiu.
A última coisa que queria era vê-lo triste.
Não queria, aliás, nunca quis que ele sofresse, em circunstância alguma.
Sempre lhe desejara o melhor, e queria apenas que ele fosse feliz, ainda que não pudesse ser com ela.
E, ela quisera muito ser feliz com ele.
Quisera ficar com ele para sempre.
Fizera planos, na sua cabeça, para o futuro, para eles.
Achara mesmo que iam ficar juntos para sempre.
Mas não ficaram.
quinta-feira, 14 de março de 2013
O QUE NUNCA TE DISSE
- Eu sei que me portei mal contigo, não tive o melhor dos comportamentos, não ligava ao que dizias, não quis saber dos teus avisos, não me importei com os teus limites, não te fiz feliz e magoei-te e desiludi-te. Tens razão em estar zangada comigo, tens toda a razão, mas isso não te dá o direito de insinuares que posso oferecer os presentes que te dei a ti, a outra pessoa qualquer. Nunca faria isso. Escolhi-os para ti, a pensar em ti e para te demonstrar o que sentia e sinto por ti. Talvez não to tenha dito as vezes suficientes, talvez não o tenha demonstrado da melhor maneira, mas eu Amo-te. E, agora, sei que te devia ter dado muito mais valor do que dei, que muito provavelmente é tarde demais e não há hipótese sequer de voltares para mim. Nem eu seria tolo o suficiente para te pedir uma segunda oportunidade, e, por isso é que gostava, pelo menos de ser teu amigo.
Deixou-a literalmente de boca aberta.
Então, pensara em pedir-lhe uma segunda oportunidade?!
Provavelmente não o fizera, para evitar a humilhação, ou então, porque achava mesmo que não a merecia.
Ora ali estava, mesmo á sua frente um Fred bem diferente daquele que ela conhecera.
Ou isso, ou estava a representar muito bem, e ela também sabia que ele era capaz disso!
Apesar de o amor que sentia por ele estar sempre a tentar tapar-lhe os olhos.
Ás vezes, a verdade é que amamos tanto as pessoas que não conseguimos, nem queremos ver os seus defeitos, ainda que estejam bem á vista e sejam enormes.
É mais ou menos como aquele ditado " quem ama feio, bonito lhe parece", e, na verdade acaba mesmo por ser assim.
Os defeitos ficam como que camuflados aos nossos olhos.
Além disso, quem ama, confia e por isso, é difícil sequer pensar que se confia numa pessoa que nos engana.
Não sabia o que dizer-lhe.
Não sabia se estava preparada para ser amiga dele, agir como se nada se tivesse passado, ou ignorar a importância de tudo o que se passara entre eles.
Não conseguia fazer de conta que ele não tinha qualquer efeito sobre ela, porque tinha.
Deixou-a literalmente de boca aberta.
Então, pensara em pedir-lhe uma segunda oportunidade?!
Provavelmente não o fizera, para evitar a humilhação, ou então, porque achava mesmo que não a merecia.
Ora ali estava, mesmo á sua frente um Fred bem diferente daquele que ela conhecera.
Ou isso, ou estava a representar muito bem, e ela também sabia que ele era capaz disso!
Apesar de o amor que sentia por ele estar sempre a tentar tapar-lhe os olhos.
Ás vezes, a verdade é que amamos tanto as pessoas que não conseguimos, nem queremos ver os seus defeitos, ainda que estejam bem á vista e sejam enormes.
É mais ou menos como aquele ditado " quem ama feio, bonito lhe parece", e, na verdade acaba mesmo por ser assim.
Os defeitos ficam como que camuflados aos nossos olhos.
Além disso, quem ama, confia e por isso, é difícil sequer pensar que se confia numa pessoa que nos engana.
Não sabia o que dizer-lhe.
Não sabia se estava preparada para ser amiga dele, agir como se nada se tivesse passado, ou ignorar a importância de tudo o que se passara entre eles.
Não conseguia fazer de conta que ele não tinha qualquer efeito sobre ela, porque tinha.
O QUE NUNCA TE DISSE
- Também encontrei o colar, os brincos e os outros presentes que...eu te tinha oferecido. - disse com um ar triste.
Ela olhou-o pensativa.
Não os podia levar comigo!
Primeiro porque se ia lembrar (ainda mais) dele a toda a hora, e para isso já lhe chegava a cabeça.
E, depois, iam relembrar-me que o nosso namoro, foi, de certa forma uma grande mentira.
Ia lembrar-se que se calhar de cada vez que lhe dera um presente, aprontara alguma coisa.
Que cada presente, era no fundo um pedido de desculpa silencioso.
E, isso, magoava-a.
E, quando finalmente tomara coragem para se ir embora, decidira que tudo que a magoava tinha que ficar para trás.
- Vê o lado positivo, podes sempre... - calou-se, porque a sua língua não se contivera.
Não queria que aquela conversa fosse pautada por agressões, preferia que se mantivesse dentro do civilizado.
Mas, havia vezes em que não se conseguia conter.
- Posso sempre, o que?! Oferecê-las a outra pessoa? Era isso que ias dizer? - estava claramente ofendido com a insinuação dela.
Ela manteve-se calada.
Bem, parece que agora ele ouve mesmo o que as pessoas lhe dizem, pensou surpreendida.
Mais do que ofendido, parecia-lhe mesmo chateado.
Ela olhou-o pensativa.
Não os podia levar comigo!
Primeiro porque se ia lembrar (ainda mais) dele a toda a hora, e para isso já lhe chegava a cabeça.
E, depois, iam relembrar-me que o nosso namoro, foi, de certa forma uma grande mentira.
Ia lembrar-se que se calhar de cada vez que lhe dera um presente, aprontara alguma coisa.
Que cada presente, era no fundo um pedido de desculpa silencioso.
E, isso, magoava-a.
E, quando finalmente tomara coragem para se ir embora, decidira que tudo que a magoava tinha que ficar para trás.
- Vê o lado positivo, podes sempre... - calou-se, porque a sua língua não se contivera.
Não queria que aquela conversa fosse pautada por agressões, preferia que se mantivesse dentro do civilizado.
Mas, havia vezes em que não se conseguia conter.
- Posso sempre, o que?! Oferecê-las a outra pessoa? Era isso que ias dizer? - estava claramente ofendido com a insinuação dela.
Ela manteve-se calada.
Bem, parece que agora ele ouve mesmo o que as pessoas lhe dizem, pensou surpreendida.
Mais do que ofendido, parecia-lhe mesmo chateado.
O QUE NUNCA TE DISSE
- Não te posso censurar por não acreditares em mim, mas é a verdade.
- Pois, não podes mesmo, porque passas-te grande parte do tempo a mentir-me.
- Lamento.
- Sabes, eu de certa forma, não. Não lamento porque acabei por aprender muito contigo. Acabei por abrir os olhos para coisas que eu ou não queria ver, ou não via.
Conseguia perceber que ela continuava zangada com ele.
E, não era de admirar, até ele estava zangado com ele próprio.
- Tens razão em estar zangada comigo.
E estava.
Estava muito zangada, ainda.
E, estava zangada com ela própria por ter tantas saudades dele e só pensar em abraçá-lo.
- Eu próprio estou zangado comigo - desabafou - como é que pude ser tão cego? Como é que te pude ignorar tanto e ao mesmo tempo fazer-te sofrer daquela maneira?!
- Acho que...só tu podes responder a isso. - disse ela indiferente.
Ela estava na defensiva.
Só não percebia porque, ele só queria conversar, até porque tinha perfeita consciência que não seria possível mais do que uma conversa.
- Pois, não podes mesmo, porque passas-te grande parte do tempo a mentir-me.
- Lamento.
- Sabes, eu de certa forma, não. Não lamento porque acabei por aprender muito contigo. Acabei por abrir os olhos para coisas que eu ou não queria ver, ou não via.
Conseguia perceber que ela continuava zangada com ele.
E, não era de admirar, até ele estava zangado com ele próprio.
- Tens razão em estar zangada comigo.
E estava.
Estava muito zangada, ainda.
E, estava zangada com ela própria por ter tantas saudades dele e só pensar em abraçá-lo.
- Eu próprio estou zangado comigo - desabafou - como é que pude ser tão cego? Como é que te pude ignorar tanto e ao mesmo tempo fazer-te sofrer daquela maneira?!
- Acho que...só tu podes responder a isso. - disse ela indiferente.
Ela estava na defensiva.
Só não percebia porque, ele só queria conversar, até porque tinha perfeita consciência que não seria possível mais do que uma conversa.
O QUE NUNCA TE DISSE
Não, não era só aquilo que o preocupava!
O que ele queria mesmo era pedir-lhe que ficasse com ele, que sabia que tinha errado, e estava a pagar por isso, queria pedir-lhe uma segunda oportunidade, mesmo sabendo que provavelmente não a merecia, mas não tinha coragem.
Preocupava-o que já não o amasse.
Preocupava-o que ela já tivesse outra pessoa, preocupava-o que nunca mais a voltasse a ver.
- Achas que... - iniciou ele hesitante - achas possível que fiquemos amigos?
- Amigos? - perguntou ela surpreendida.
Ora, por esta não esperava!
Será que ele se estava a referir a amigos...a amizade....como ele mantinha com aquelas...com as "amigas" dele?!
Se era isso, era preciso muita lata!
- Sim, amigos.
- Amigos, com o tipo de relação que manténs com as tuas "amigas"? - perguntou ela, sem se conter.
Ele olhou-a incrédulo.
- Não, claro que não! Aliás, esse tipo de "amizade" acabou!
- Imagino que sim. - disse ela com ironia.
O que ele queria mesmo era pedir-lhe que ficasse com ele, que sabia que tinha errado, e estava a pagar por isso, queria pedir-lhe uma segunda oportunidade, mesmo sabendo que provavelmente não a merecia, mas não tinha coragem.
Preocupava-o que já não o amasse.
Preocupava-o que ela já tivesse outra pessoa, preocupava-o que nunca mais a voltasse a ver.
- Achas que... - iniciou ele hesitante - achas possível que fiquemos amigos?
- Amigos? - perguntou ela surpreendida.
Ora, por esta não esperava!
Será que ele se estava a referir a amigos...a amizade....como ele mantinha com aquelas...com as "amigas" dele?!
Se era isso, era preciso muita lata!
- Sim, amigos.
- Amigos, com o tipo de relação que manténs com as tuas "amigas"? - perguntou ela, sem se conter.
Ele olhou-a incrédulo.
- Não, claro que não! Aliás, esse tipo de "amizade" acabou!
- Imagino que sim. - disse ela com ironia.
O QUE NUNCA TE DISSE
- Muita coisa a que eu nem ligava. Nem sequer me apercebia. Se me tivesses dito...talvez tudo tivesse sido diferente.
- Não terias ouvido. - disse ela num tom frio.
Ou, pior, ter-lhe-ia mentido e ela teria acreditado.
Teria passado por cima da sua dignidade e ignoraria tido o que sabia, para ficar com ele.
Para cair uma e outra vez nas suas mentiras.
- Perdoa-me, por favor. - implorou ele, com um olhar sofredor.
Então, era isso?
O que ele queria era que ela o perdoasse?!
Parva!!!
Pensara que...tanta insistência....pensara que....ele a queria recuperar....que queria que voltasse para ele...
E, a questão que sempre lhe ocupara a mente fora se ele lhe pedisse para voltar, voltaria?
Sabia que só podia haver uma resposta para aquela pergunta, ainda que não fosse a que mais lhe agradava.
Não podia voltar para ele.
Já não confiava nele, já não acreditava nele, já conhecia os seus truques, por isso não voltaria a cair neles.
- Estás perdoado, se é isso que te preocupa,estás perdoado. Mas, esquecer, não esqueço. - disse ela com azedume.
- Não terias ouvido. - disse ela num tom frio.
Ou, pior, ter-lhe-ia mentido e ela teria acreditado.
Teria passado por cima da sua dignidade e ignoraria tido o que sabia, para ficar com ele.
Para cair uma e outra vez nas suas mentiras.
- Perdoa-me, por favor. - implorou ele, com um olhar sofredor.
Então, era isso?
O que ele queria era que ela o perdoasse?!
Parva!!!
Pensara que...tanta insistência....pensara que....ele a queria recuperar....que queria que voltasse para ele...
E, a questão que sempre lhe ocupara a mente fora se ele lhe pedisse para voltar, voltaria?
Sabia que só podia haver uma resposta para aquela pergunta, ainda que não fosse a que mais lhe agradava.
Não podia voltar para ele.
Já não confiava nele, já não acreditava nele, já conhecia os seus truques, por isso não voltaria a cair neles.
- Estás perdoado, se é isso que te preocupa,estás perdoado. Mas, esquecer, não esqueço. - disse ela com azedume.
O QUE NUNCA TE DISSE
Quando viu aquela tristeza no seu olhar, teve vontade de abraçá-lo, teve vontade de reconfortá-lo.
Precisou de reunir todas as suas forças para não o fazer.
Tinha que se manter longe dele.
Já tinha sofrido que chegasse.
- Fred, não vale a pena pensares mais nisso. - disse ela, desvalorizando.
- Vale, sim. - disse ele num tom decidido - Eu mudei. Graças ao teu diário, ao que fiquei a saber, percebi que havia muita coisa errada na minha vida. - desabafou ele.
Sim, ela ouvira algumas coisas a respeito da sua mudança.
Já ninguém o via nas festas, passava a maior parte do tempo em casa, e, toda a gente dizia que ele já não parecia o mesmo.
Até a mãe, lhe pedira que falasse com ele, porque ele já lhe metia dó, sempre a ligar para perguntar por ela, a insistir que tinha que falar com ela.
Não cedera, claro, mas, tivera vontade de correr para os braços dele.
Não suportava a ideia de ele estar a sofrer.
Teve que se convencer que não podia fazer nada, e para seu próprio bem, era bom que se mantivesse longe dele.
Não podia confiar em si própria, nem nas suas capacidades cognitivas quando estava perto dele.
Precisou de reunir todas as suas forças para não o fazer.
Tinha que se manter longe dele.
Já tinha sofrido que chegasse.
- Fred, não vale a pena pensares mais nisso. - disse ela, desvalorizando.
- Vale, sim. - disse ele num tom decidido - Eu mudei. Graças ao teu diário, ao que fiquei a saber, percebi que havia muita coisa errada na minha vida. - desabafou ele.
Sim, ela ouvira algumas coisas a respeito da sua mudança.
Já ninguém o via nas festas, passava a maior parte do tempo em casa, e, toda a gente dizia que ele já não parecia o mesmo.
Até a mãe, lhe pedira que falasse com ele, porque ele já lhe metia dó, sempre a ligar para perguntar por ela, a insistir que tinha que falar com ela.
Não cedera, claro, mas, tivera vontade de correr para os braços dele.
Não suportava a ideia de ele estar a sofrer.
Teve que se convencer que não podia fazer nada, e para seu próprio bem, era bom que se mantivesse longe dele.
Não podia confiar em si própria, nem nas suas capacidades cognitivas quando estava perto dele.
O QUE NUNCA TE DISSE
- Devias ter-me dito.... - hesitou, como que a pensar qual era a coisa mais importante que ela lhe ocultara - que não eras feliz, quer dizer, que eu não te fazia feliz.
A conversa estava a revelar-se mais difícil do que pensara que seria.
Nem queria acreditar que a tinha ali á sua frente!
Ela olhava-o impávida e serena, tentando a todo o custo ocultar os nervos que a afloravam.
Porque é que tinham que se ter encontrado logo agora?!
Estava a fazer de tudo para seguir em frente, para o esquecer, para deixar de o amar, e acreditara que estava a ser bem sucedida, até àquele momento.
Encontrá-lo ali fora como levar uma sacudidela.
Fora relembrar tudo.
Estava a conseguir aguentar-se, mais ou menos bem, porque todo este tempo estivera longe dele. Porque não tivera que o ver todos os dias, porque fizera de tudo para se manter e mantê-lo à distância.
Apesar de tudo, amava-o, continuava a amá-lo, estivera este tempo todo a enganar-se a si própria.
A conversa estava a revelar-se mais difícil do que pensara que seria.
Nem queria acreditar que a tinha ali á sua frente!
Ela olhava-o impávida e serena, tentando a todo o custo ocultar os nervos que a afloravam.
Porque é que tinham que se ter encontrado logo agora?!
Estava a fazer de tudo para seguir em frente, para o esquecer, para deixar de o amar, e acreditara que estava a ser bem sucedida, até àquele momento.
Encontrá-lo ali fora como levar uma sacudidela.
Fora relembrar tudo.
Estava a conseguir aguentar-se, mais ou menos bem, porque todo este tempo estivera longe dele. Porque não tivera que o ver todos os dias, porque fizera de tudo para se manter e mantê-lo à distância.
Apesar de tudo, amava-o, continuava a amá-lo, estivera este tempo todo a enganar-se a si própria.
O QUE NUNCA TE DISSE
- Encontrei o caderno cor-de-rosa. - informou ele.
E agora? Queres um prémio? Não ficou propriamente escondido. Teve vontade de dizer-lhe, mas refreou-se.
- E? - perguntou ela, tentando manter-se calma.
- E, li-o. - disse ele.
Ela limitou-se a observá-lo. Parecia-lhe mais velho. Vislumbrava-lhe um brilho de tristeza no olhar.
- E, quero, preciso e tenho que te pedir desculpa. - hesitou - Por tudo. Pelo que te fiz passar. Pelo que te fiz sentir e pelo que te fiz sofrer. - disse ele com toda a sinceridade.
Uau!
Aquilo era inédito!
O Frederico a pedir desculpa!
Correcção: a pedir-lhe desculpa a ela!
- Devias ter-me dito. - disse ele com pesar, como que falando para si próprio.
- Devia ter-te dito o que?
Como que ele alguma vez estivesse disposto a ouvir quem quer que fosse.
E agora? Queres um prémio? Não ficou propriamente escondido. Teve vontade de dizer-lhe, mas refreou-se.
- E? - perguntou ela, tentando manter-se calma.
- E, li-o. - disse ele.
Ela limitou-se a observá-lo. Parecia-lhe mais velho. Vislumbrava-lhe um brilho de tristeza no olhar.
- E, quero, preciso e tenho que te pedir desculpa. - hesitou - Por tudo. Pelo que te fiz passar. Pelo que te fiz sentir e pelo que te fiz sofrer. - disse ele com toda a sinceridade.
Uau!
Aquilo era inédito!
O Frederico a pedir desculpa!
Correcção: a pedir-lhe desculpa a ela!
- Devias ter-me dito. - disse ele com pesar, como que falando para si próprio.
- Devia ter-te dito o que?
Como que ele alguma vez estivesse disposto a ouvir quem quer que fosse.
O QUE NUNCA TE DISSE
Tinha esperado tanto por aquele momento, que nem conseguia acreditar que estava mesmo a acontecer.
- Eu não tenho nada para te dizer. - disse ela num tom gélido.
- E podes ouvir o que eu tenho para te dizer? Por favor. - implorou ele mais uma vez.
Estava a correr bem!
Já tinha passado tanto tempo....e ela nem sequer o queria ouvir.
- Eu sei - começou ele novamente - que não tenho o direito de te pedir nada, mas, imploro-te, que me concedas esta conversa, e , depois, prometo que me vou embora e não te chateio mais. Por favor.
Ela ouviu-o com atenção, pensou uns segundos no que ele acabara de dizer e assentiu com a cabeça em concordância.
Ele deu pulos de alegria no seu íntimo.
Já era um começo.
Pelo menos a conversa ia acontecer.
Ele pediu-lhe que o seguisse até á mesa e ela lá foi atrás dele.
Sentou-se de frente para ele, sem dizer nada e por ela assim ia continuar, afinal quem queria falar era ele.
Ora, aí estava uma novidade! Pensou tentando ignorar as emoções que fervilhavam dentro dela.
- Eu não tenho nada para te dizer. - disse ela num tom gélido.
- E podes ouvir o que eu tenho para te dizer? Por favor. - implorou ele mais uma vez.
Estava a correr bem!
Já tinha passado tanto tempo....e ela nem sequer o queria ouvir.
- Eu sei - começou ele novamente - que não tenho o direito de te pedir nada, mas, imploro-te, que me concedas esta conversa, e , depois, prometo que me vou embora e não te chateio mais. Por favor.
Ela ouviu-o com atenção, pensou uns segundos no que ele acabara de dizer e assentiu com a cabeça em concordância.
Ele deu pulos de alegria no seu íntimo.
Já era um começo.
Pelo menos a conversa ia acontecer.
Ele pediu-lhe que o seguisse até á mesa e ela lá foi atrás dele.
Sentou-se de frente para ele, sem dizer nada e por ela assim ia continuar, afinal quem queria falar era ele.
Ora, aí estava uma novidade! Pensou tentando ignorar as emoções que fervilhavam dentro dela.
O QUE NUNCA TE DISSE
Estava ele nas suas divagações de pensamento, sentado a uma mesa do café que ficava a caminho do trabalho, quando a viu entrar.
Não podia ser!
Mas, era!
Era ELA!
Ela estava ali!
Meu Deus, pensou, ainda bem que decidi parar aqui para tomar algo antes de ir para casa!
Tentou levantar-se, mas, tinha as pernas paralisadas.
Rezou para que as pernas decidissem colaborar antes que ela se fosse embora ou que o visse, pois tinha a certeza que mal o visse, ir-se-ia embora sem olhar para trás.
Quando conseguiu levantar-se, aproximou-se dela, que estava ao balcão.
De repente, cruzaram olhares, invadiu-o o medo. Medo que ela se fosse embora.
- Por favor, não te vás embora. - implorou ele.
Ela olhou para ele mas nada disse.
Parecia paralisada.
Quantas vezes viera ela ali?
Quantas vezes estivera ela tão perto dele, que só não se encontraram por mero acaso?
- Por favor. - repetiu ele.
- Tudo bem. - disse ela, aparentemente calma - O que queres?
- Precisamos falar. - disse ele num misto de ansiedade e incredulidade.
Não podia ser!
Mas, era!
Era ELA!
Ela estava ali!
Meu Deus, pensou, ainda bem que decidi parar aqui para tomar algo antes de ir para casa!
Tentou levantar-se, mas, tinha as pernas paralisadas.
Rezou para que as pernas decidissem colaborar antes que ela se fosse embora ou que o visse, pois tinha a certeza que mal o visse, ir-se-ia embora sem olhar para trás.
Quando conseguiu levantar-se, aproximou-se dela, que estava ao balcão.
De repente, cruzaram olhares, invadiu-o o medo. Medo que ela se fosse embora.
- Por favor, não te vás embora. - implorou ele.
Ela olhou para ele mas nada disse.
Parecia paralisada.
Quantas vezes viera ela ali?
Quantas vezes estivera ela tão perto dele, que só não se encontraram por mero acaso?
- Por favor. - repetiu ele.
- Tudo bem. - disse ela, aparentemente calma - O que queres?
- Precisamos falar. - disse ele num misto de ansiedade e incredulidade.
O QUE NUNCA TE DISSE
Continuou a ligar para a mãe dela e para as amigas, apesar de saber que não nutriam nenhuma simpatia por ele e provavelmente não lhe diriam nada.
Da última vez que ligara á mãe dela, esta, dissera-lhe, talvez por já estar cansada de o aturar, ou para se ver livre dele de uma vez, dissera-lhe que ela fora viajar e não sabia quando voltava, que a deixasse em paz e seguisse com a sua vida.
Não lhe dissera para onde viajara ela, a ser verdade.
Não podia seguir com a sua vida.
Será que ela tinha seguido com a sua?
Talvez já tivesse alguém, pensou com desalento, alguém melhor que ele.
A ideia não era de todo descabida, e, por muito que lhe custasse aceitar, a única que ele queria era que ela fosse feliz, ainda que tivesse que ser com outro.
Não era o ideal, mas, tivera a sua oportunidade, e o que fizera?
Desperdiçara-a total e completamente.
Não fossem todos os seus erros e falhas, e o mais provável era que ainda estivessem juntos.
Mas, não estavam.
Da última vez que ligara á mãe dela, esta, dissera-lhe, talvez por já estar cansada de o aturar, ou para se ver livre dele de uma vez, dissera-lhe que ela fora viajar e não sabia quando voltava, que a deixasse em paz e seguisse com a sua vida.
Não lhe dissera para onde viajara ela, a ser verdade.
Não podia seguir com a sua vida.
Será que ela tinha seguido com a sua?
Talvez já tivesse alguém, pensou com desalento, alguém melhor que ele.
A ideia não era de todo descabida, e, por muito que lhe custasse aceitar, a única que ele queria era que ela fosse feliz, ainda que tivesse que ser com outro.
Não era o ideal, mas, tivera a sua oportunidade, e o que fizera?
Desperdiçara-a total e completamente.
Não fossem todos os seus erros e falhas, e o mais provável era que ainda estivessem juntos.
Mas, não estavam.
O QUE NUNCA TE DISSE
Cada vez mais tinha necessidade de se manter ocupado.
Não suportava ter que pensar tanto.
Começou por mudar alguns móveis de sítio, inspecionou a casa de uma ponta á outra, fazendo uma lista do que precisava de ser concertado, do que precisava de ser substituído, e aos poucos foi tratando do assunto.
Estava a tornar-se uma verdadeira fada do lar.
Canalizou algumas das suas energias para a jardinagem, e plantou árvores pelo jardim, plantou flores e arranjou a zona de churrasco. Assim, no verão teria um lindo jardim, com bom aspecto e cheio de flores.
E, as árvores, fariam sombra assim que a sua maturação e crescimento estivessem completos.
Bom, podia dizer-se que estava contente com os seus feitos, até a mãe ficaria espantada quando visse.
Continuava a declinar convites para festas e declinava todo e qualquer convite das "amigas" de longa data com quem outrora fizera grandes festas privadas.
Continuava sem saber nada dela.
Não suportava ter que pensar tanto.
Começou por mudar alguns móveis de sítio, inspecionou a casa de uma ponta á outra, fazendo uma lista do que precisava de ser concertado, do que precisava de ser substituído, e aos poucos foi tratando do assunto.
Estava a tornar-se uma verdadeira fada do lar.
Canalizou algumas das suas energias para a jardinagem, e plantou árvores pelo jardim, plantou flores e arranjou a zona de churrasco. Assim, no verão teria um lindo jardim, com bom aspecto e cheio de flores.
E, as árvores, fariam sombra assim que a sua maturação e crescimento estivessem completos.
Bom, podia dizer-se que estava contente com os seus feitos, até a mãe ficaria espantada quando visse.
Continuava a declinar convites para festas e declinava todo e qualquer convite das "amigas" de longa data com quem outrora fizera grandes festas privadas.
Continuava sem saber nada dela.
O QUE NUNCA TE DISSE
Ás vezes, quando entrava num sítio qualquer olhava á volta, a estudar os rostos, com esperança de poder encontrá-la.
Ainda precisava da tal conversa.
Todos os dias, desejava ter notícias dela, desejava vê-la.
Agora, dava graças a Deus por ela ter deixado ali aquelas fotos, que ocupavam, juntamente com o caderno cor-de-rosa, a mesinha de cabeceira que outrora fora dela.
Todos os dias olhava para as fotografias.
Umas vezes com saudade, outras com pena, outras com revolta, outras com tristeza.
Aquele gesto, de ter deixado ali as fotografias, por um lado agradava-lhe, porque senão, não as poderia contemplar todos os dias, mas, por outro lado, feria-o profundamente, porque lhe relembrava que ela o quisera deixar para trás, a ele e a qualquer coisa que a lembrasse dele e da relação deles.
Isso deixava-o triste.
Mas, conseguia perceber que ela se fora embora muito magoada, e com razões para isso.
Ás vezes, pegava no caderno cor-de-rosa e relia-o.
Gostava especialmente da primeira folha, em que ela dizia que o amava, e isso reconfortava-o e trazia-lhe á memória todas as vezes em que ela lho dissera.
Ainda precisava da tal conversa.
Todos os dias, desejava ter notícias dela, desejava vê-la.
Agora, dava graças a Deus por ela ter deixado ali aquelas fotos, que ocupavam, juntamente com o caderno cor-de-rosa, a mesinha de cabeceira que outrora fora dela.
Todos os dias olhava para as fotografias.
Umas vezes com saudade, outras com pena, outras com revolta, outras com tristeza.
Aquele gesto, de ter deixado ali as fotografias, por um lado agradava-lhe, porque senão, não as poderia contemplar todos os dias, mas, por outro lado, feria-o profundamente, porque lhe relembrava que ela o quisera deixar para trás, a ele e a qualquer coisa que a lembrasse dele e da relação deles.
Isso deixava-o triste.
Mas, conseguia perceber que ela se fora embora muito magoada, e com razões para isso.
Ás vezes, pegava no caderno cor-de-rosa e relia-o.
Gostava especialmente da primeira folha, em que ela dizia que o amava, e isso reconfortava-o e trazia-lhe á memória todas as vezes em que ela lho dissera.
O QUE NUNCA TE DISSE
Era com ele próprio que tinha que se zangar e não com o amigo.
Onde raio estava ele com a cabeça?!
Voltou a dizer a Joca que não iria ás festas nos próximos tempos. Aproveitou para lhe perguntar se alguém a tinha visto.
A resposta não foi a que ele queria ouvir.
Joca prometeu ir passando para ver como ele estava e disse-lhe que não podia isolar-se para sempre, apesar dos seus erros. E, os seus erros teriam que ficar no passado. Já não podiam ser concertados. Teria que aprender a viver com isso.
Teria que aprender a viver com a ausência dela.
E, não era fácil, não era nada fácil.
Nunca percebera o quanto ela facilitava a sua vida, em todos os aspectos.
Ás vezes, perguntava-se como pudera ser tão cego, como pudera viver tanto tempo tão centrado em si que a ignorara completamente.
Tivera tão pouca consideração por ela e pelos seus esforços.
Onde raio estava ele com a cabeça?!
Voltou a dizer a Joca que não iria ás festas nos próximos tempos. Aproveitou para lhe perguntar se alguém a tinha visto.
A resposta não foi a que ele queria ouvir.
Joca prometeu ir passando para ver como ele estava e disse-lhe que não podia isolar-se para sempre, apesar dos seus erros. E, os seus erros teriam que ficar no passado. Já não podiam ser concertados. Teria que aprender a viver com isso.
Teria que aprender a viver com a ausência dela.
E, não era fácil, não era nada fácil.
Nunca percebera o quanto ela facilitava a sua vida, em todos os aspectos.
Ás vezes, perguntava-se como pudera ser tão cego, como pudera viver tanto tempo tão centrado em si que a ignorara completamente.
Tivera tão pouca consideração por ela e pelos seus esforços.
O QUE NUNCA TE DISSE
Ninguém o podia ajudar.
- Até quando? - perguntou o amigo claramente aborrecido.
- Até quando, o que?? - perguntara ele sem perceber.
- Até quando vais ficar ai a choramingar porque ela se foi embora?
- Para sempre.
- Não posso acreditar! Quem és tu e o que fizeste ao meu amigo?!
- O teu amigo, era um traste, que fez tudo e mais alguma coisa para mandar embora a única pessoa que o amou de verdade, por isso, mandei-o embora também. - disse com desdém.
- Credo, Fred! - disse Joca não o reconhecendo.
Aos olhos do amigo, devia ter envelhecido uns dez anos, a julgar pela expressão dele, era como um choque as mudanças que ali ocorreram.
- É a verdade Joca. Tu sabes que eu fazia muita coisa....errada. - e teve vontade de dizer-lhe que ele pudera ter-lhe aberto os olhos para isso.
- Sim, fazias, tenho que concordar. - disse Joca simplesmente.
Teve vontade de gritar com ele, mas não o fez.
- Então, porque nunca me chamas-te á atenção? - perguntou furioso.
- Fred, tu nunca deste ouvidos a ninguém. - disse-lhe o amigo com toda a sinceridade do mundo.
Aquelas palavras, tiraram-lhe o fôlego.
- Até quando? - perguntou o amigo claramente aborrecido.
- Até quando, o que?? - perguntara ele sem perceber.
- Até quando vais ficar ai a choramingar porque ela se foi embora?
- Para sempre.
- Não posso acreditar! Quem és tu e o que fizeste ao meu amigo?!
- O teu amigo, era um traste, que fez tudo e mais alguma coisa para mandar embora a única pessoa que o amou de verdade, por isso, mandei-o embora também. - disse com desdém.
- Credo, Fred! - disse Joca não o reconhecendo.
Aos olhos do amigo, devia ter envelhecido uns dez anos, a julgar pela expressão dele, era como um choque as mudanças que ali ocorreram.
- É a verdade Joca. Tu sabes que eu fazia muita coisa....errada. - e teve vontade de dizer-lhe que ele pudera ter-lhe aberto os olhos para isso.
- Sim, fazias, tenho que concordar. - disse Joca simplesmente.
Teve vontade de gritar com ele, mas não o fez.
- Então, porque nunca me chamas-te á atenção? - perguntou furioso.
- Fred, tu nunca deste ouvidos a ninguém. - disse-lhe o amigo com toda a sinceridade do mundo.
Aquelas palavras, tiraram-lhe o fôlego.
quarta-feira, 13 de março de 2013
O QUE NUNCA TE DISSE
Gostava de tê-la no pensamento, já que não a podia ter ali com ele.
Chegava à conclusão que nem ele próprio sabia a quantidade, nem a magnitude dos sentimentos que tinha por ela.
Fora uma grande lição!
Quando tivera, não soubera aproveitar o que tinha, agora que queria, não podia ter.
E, o facto de não a poder ter de volta, dava cabo dele.
Nunca na sua vida pensara que algum dia viria a sofrer por amor!
As partidas que a vida nos prega!
Ou, se calhar é apenas o retorno do que fazemos.
E, assim eram os seus dias, perdido em divagações, castigando-se mentalmente por ter deixado ir a pessoa que mais falta lhe fazia.
Os amigos ligavam para o convidar para as festas, convites que ele recusava um após outro.
Joca, viera mesmo ali a casa para ver se ele não estava mesmo doente, para não querer ir às festas.
- Não, Joca, não estou doente. - disse com convicção.
Na verdade, todas as suas dores vinham do coração, e infelizmente não havia cura.
Chegava à conclusão que nem ele próprio sabia a quantidade, nem a magnitude dos sentimentos que tinha por ela.
Fora uma grande lição!
Quando tivera, não soubera aproveitar o que tinha, agora que queria, não podia ter.
E, o facto de não a poder ter de volta, dava cabo dele.
Nunca na sua vida pensara que algum dia viria a sofrer por amor!
As partidas que a vida nos prega!
Ou, se calhar é apenas o retorno do que fazemos.
E, assim eram os seus dias, perdido em divagações, castigando-se mentalmente por ter deixado ir a pessoa que mais falta lhe fazia.
Os amigos ligavam para o convidar para as festas, convites que ele recusava um após outro.
Joca, viera mesmo ali a casa para ver se ele não estava mesmo doente, para não querer ir às festas.
- Não, Joca, não estou doente. - disse com convicção.
Na verdade, todas as suas dores vinham do coração, e infelizmente não havia cura.
O QUE NUNCA TE DISSE
Curiosamente, agora, só lhe apetecia estar sozinho.
Não ia a festas, deixara-se de maluqueiras e de comportamentos menos correctos.
Aprendera a sua lição.
Talvez, um bocado tarde, mas aprendera-a.
Aproveitava a tranquilidade para pensar na vida e nela.
Não conseguia evitar sentir aquele vazio.
Faltava-lhe ELA.
Lembrava-se dela a toda a hora.
Os seus pensamentos viajavam em direcção a ela.
Não conseguia evitar.
Também não conseguia evitar pensar nela sem se sentir afogueado por dentro.
Recordava-se de momentos que passaram juntos, recordava-se de quando faziam amor, recordava-se dos passeios, das discussões, de quando faziam as pazes, das surpresas que ela lhe preparava, da atenção que ela lhe dava.
Não conseguia evitar pensar nela.
E, para ser sincero, não queria.
Não ia a festas, deixara-se de maluqueiras e de comportamentos menos correctos.
Aprendera a sua lição.
Talvez, um bocado tarde, mas aprendera-a.
Aproveitava a tranquilidade para pensar na vida e nela.
Não conseguia evitar sentir aquele vazio.
Faltava-lhe ELA.
Lembrava-se dela a toda a hora.
Os seus pensamentos viajavam em direcção a ela.
Não conseguia evitar.
Também não conseguia evitar pensar nela sem se sentir afogueado por dentro.
Recordava-se de momentos que passaram juntos, recordava-se de quando faziam amor, recordava-se dos passeios, das discussões, de quando faziam as pazes, das surpresas que ela lhe preparava, da atenção que ela lhe dava.
Não conseguia evitar pensar nela.
E, para ser sincero, não queria.
O QUE NUNCA TE DISSE
Pensou com uma pontinha de satisfação que se estava a tornar uma pessoa responsável, talvez um pouco por culpa das circunstâncias, mas mesmo assim, algo em si começava a mudar.
Via as coisas de outra maneira.
Talvez, estivesse a tornar-se num homenzinho, talvez estivesse a crescer.
Engraçado e irónico, que fora preciso ela ir-se embora para ele mudar.
E, era triste, que a sua mudança tinha começado exactamente depois de a perder, para sempre, depois de saber que ela não voltaria.
A sua vida era agora pautada pela monotonia.
Limitava-se a ir do trabalho para casa e de casa para o trabalho.
Ás vezes ao fim-de-semana ia almoçar com os pais.
Claro, tinha que fazer um relatório completo á mãe sobre os acontecimentos da semana.
Agora que a mãe soubera que ele estava sozinho, voltara aos velhos hábitos de mãe galinha, ou seja, fazer-lhe interrogatórios sobre tudo.
Até a mãe ficara triste quando soubera que ela se tinha ido embora, ela sempre pensara maravilhas dela e achava que podia ser uma boa influência para ele, mas, ele não se deixara influenciar.
Não, até que ela se fartara e se fora embora.
Via as coisas de outra maneira.
Talvez, estivesse a tornar-se num homenzinho, talvez estivesse a crescer.
Engraçado e irónico, que fora preciso ela ir-se embora para ele mudar.
E, era triste, que a sua mudança tinha começado exactamente depois de a perder, para sempre, depois de saber que ela não voltaria.
A sua vida era agora pautada pela monotonia.
Limitava-se a ir do trabalho para casa e de casa para o trabalho.
Ás vezes ao fim-de-semana ia almoçar com os pais.
Claro, tinha que fazer um relatório completo á mãe sobre os acontecimentos da semana.
Agora que a mãe soubera que ele estava sozinho, voltara aos velhos hábitos de mãe galinha, ou seja, fazer-lhe interrogatórios sobre tudo.
Até a mãe ficara triste quando soubera que ela se tinha ido embora, ela sempre pensara maravilhas dela e achava que podia ser uma boa influência para ele, mas, ele não se deixara influenciar.
Não, até que ela se fartara e se fora embora.
O QUE NUNCA TE DISSE
Aos poucos e poucos teria que retomar a sua vida, restituir-lhe um pouco de normalidade, e tentar acostumar-se á ideia que ela não voltaria, mesmo que agora lhe fizesse mais falta do que nunca, ela não voltaria.
Aceitou o convite da mãe para ir almoçar a casa dos pais no fim-de-semana.
Ia fazer-lhe bem sair de casa e alargar um bocadinho os horizontes do pensamento.
Além disso, não havia melhor do que a mãe para o distrair. Tinha sempre novidades de toda a gente, sabia sempre uns mexericos e dava-lhe "colinho" mesmo quando se portava mal, e, ela sabia exactamente quando ele se portava mal.
A mãe era daquelas pessoas a quem não conseguia esconder nada, porque ela não se deixava levar.
Conhecia-o de ginjeira, era o que era!
Começou a habituar-se a arrumar as suas coisas e a arrumar a casa.
Se alguém lhe tivesse dito que ele se ia transformar numa fada do lar, ter-se-ia rido.
Mas, a verdade era que gostava de ter a casa limpa, em ordem e arrumada.
O que ela sempre batalhara com ele para que não deixasse as coisas espalhadas pela casa, e ele, claro, nunca se importara.
Nunca se importara porque era sempre ela que limpava e arrumava tudo.
Pois, agora era incumbência dele, porque não tinha outra alternativa.
Aceitou o convite da mãe para ir almoçar a casa dos pais no fim-de-semana.
Ia fazer-lhe bem sair de casa e alargar um bocadinho os horizontes do pensamento.
Além disso, não havia melhor do que a mãe para o distrair. Tinha sempre novidades de toda a gente, sabia sempre uns mexericos e dava-lhe "colinho" mesmo quando se portava mal, e, ela sabia exactamente quando ele se portava mal.
A mãe era daquelas pessoas a quem não conseguia esconder nada, porque ela não se deixava levar.
Conhecia-o de ginjeira, era o que era!
Começou a habituar-se a arrumar as suas coisas e a arrumar a casa.
Se alguém lhe tivesse dito que ele se ia transformar numa fada do lar, ter-se-ia rido.
Mas, a verdade era que gostava de ter a casa limpa, em ordem e arrumada.
O que ela sempre batalhara com ele para que não deixasse as coisas espalhadas pela casa, e ele, claro, nunca se importara.
Nunca se importara porque era sempre ela que limpava e arrumava tudo.
Pois, agora era incumbência dele, porque não tinha outra alternativa.
O QUE NUNCA TE DISSE
Até para dormir, ela lhe fazia falta!
Sentia falta do corpo dela aconchegado no seu.
Muitas vezes criticara aquela mania dela de se enroscar nele, e agora até disso sentia falta.
Embora nunca quisesse admitir, sempre dormira melhor com ela aconchegada no seu corpo.
Agora, a cama parecia-lhe demasiado grande, demasiado vazia.
Aliás, toda a casa parecia mais vazia sem ela.
Era a sua presença que dava cor e vida á casa, e, ele não soubera, em momento algum, apreciar a sua grandeza e a sua excelente companhia.
Percebia agora porque se dizia "se o arrependimento matasse".
Percebia agora muitas coisas que até então não conseguira perceber.
Apesar de querer muito falar com ela, ninguém parecia com vontade de o ajudar.
Ligara a todos que a conheciam e que poderiam saber algo sobre ela, mas, ninguém se mostrara disposto a colaborar com ele.
Também, na verdade fora um bocado estúpido em esperar algo diferente.
Eram amigos dela.
Estavam a protegê-la.
Tal como muitas vezes os seus amigos davam cobertura ás suas mentiras, o safavam quando ele precisava, também os dela estavam a desempenhar o seu papel de amigos.
Sentia falta do corpo dela aconchegado no seu.
Muitas vezes criticara aquela mania dela de se enroscar nele, e agora até disso sentia falta.
Embora nunca quisesse admitir, sempre dormira melhor com ela aconchegada no seu corpo.
Agora, a cama parecia-lhe demasiado grande, demasiado vazia.
Aliás, toda a casa parecia mais vazia sem ela.
Era a sua presença que dava cor e vida á casa, e, ele não soubera, em momento algum, apreciar a sua grandeza e a sua excelente companhia.
Percebia agora porque se dizia "se o arrependimento matasse".
Percebia agora muitas coisas que até então não conseguira perceber.
Apesar de querer muito falar com ela, ninguém parecia com vontade de o ajudar.
Ligara a todos que a conheciam e que poderiam saber algo sobre ela, mas, ninguém se mostrara disposto a colaborar com ele.
Também, na verdade fora um bocado estúpido em esperar algo diferente.
Eram amigos dela.
Estavam a protegê-la.
Tal como muitas vezes os seus amigos davam cobertura ás suas mentiras, o safavam quando ele precisava, também os dela estavam a desempenhar o seu papel de amigos.
O QUE NUNCA TE DISSE
Começou a arrumar as suas roupas que estavam espalhadas por todo o lado.
Pensou para consigo que tinha que lavar a roupa, e precisava de ir ás compras.
Encaminhou-se para a cozinha e fez a lista de compras que lhe faziam falta.
No dia seguinte antes de vir para casa, ia passar pelo supermercado.
Tinha que começar a organizar a sua vida doméstica, já que não tinha quem a organizasse por ele.
Acabou por fazer uma sandwich que comeu sem vontade e foi para a cama.
Tinha tudo a andar á roda na sua cabeça.
Sentia-se, pela primeira vez, sentia-se perdido, sem saber o que fazer.
Ele, que sempre fora tão seguro de si!
Era uma sensação nova para ele.
Talvez, agora estivesse prestes a ser invadido por sensações que nunca sentira antes.
Não sabia se isso seria bom ou mau.
Mas, amanhã era um novo dia e logo se veria.
Pensou para consigo que tinha que lavar a roupa, e precisava de ir ás compras.
Encaminhou-se para a cozinha e fez a lista de compras que lhe faziam falta.
No dia seguinte antes de vir para casa, ia passar pelo supermercado.
Tinha que começar a organizar a sua vida doméstica, já que não tinha quem a organizasse por ele.
Acabou por fazer uma sandwich que comeu sem vontade e foi para a cama.
Tinha tudo a andar á roda na sua cabeça.
Sentia-se, pela primeira vez, sentia-se perdido, sem saber o que fazer.
Ele, que sempre fora tão seguro de si!
Era uma sensação nova para ele.
Talvez, agora estivesse prestes a ser invadido por sensações que nunca sentira antes.
Não sabia se isso seria bom ou mau.
Mas, amanhã era um novo dia e logo se veria.
O QUE NUNCA TE DISSE
Já tinha feito o suficiente!
Já sabia que, ligasse a quem ligasse a resposta seria sempre a mesma.
Ninguém lhe diria onde ela estava, provavelmente a pedido da própria.
Mas ele precisava mesmo de ter uma conversa com ela!
Para já, pelo que vira, não podia fazer nada.
Tinha que pensar numa forma de entrar em contacto com ela, só não sabia era como.
Algo haveria de ocorrer-lhe, ou , pelo menos assim esperava.
Agarrou no caderno cor-de-rosa e foi depositá-lo na mesinha de cabeceira que outrora fora dela.
Apesar de ela ter escrito ali muita coisa, tinha a certeza que ainda ficaram coisas por dizer.
E, também ele tinha deixado muito por dizer.
Se ele soubesse....
Olhou para a desordem que dominava o quarto e suspirou.
Bolas!
É que era preciso arrumar todos os dias!
Não fazia ideia que as tarefas domésticas podiam ser tão cansativas, e tivessem que ser repetidas diariamente.
Já sabia que, ligasse a quem ligasse a resposta seria sempre a mesma.
Ninguém lhe diria onde ela estava, provavelmente a pedido da própria.
Mas ele precisava mesmo de ter uma conversa com ela!
Para já, pelo que vira, não podia fazer nada.
Tinha que pensar numa forma de entrar em contacto com ela, só não sabia era como.
Algo haveria de ocorrer-lhe, ou , pelo menos assim esperava.
Agarrou no caderno cor-de-rosa e foi depositá-lo na mesinha de cabeceira que outrora fora dela.
Apesar de ela ter escrito ali muita coisa, tinha a certeza que ainda ficaram coisas por dizer.
E, também ele tinha deixado muito por dizer.
Se ele soubesse....
Olhou para a desordem que dominava o quarto e suspirou.
Bolas!
É que era preciso arrumar todos os dias!
Não fazia ideia que as tarefas domésticas podiam ser tão cansativas, e tivessem que ser repetidas diariamente.
O QUE NUNCA TE DISSE
Claro que ela não o queria ver!
Mas, e apesar de tudo que lera, precisava de falar com ela.
Precisava de falar com ela cara a cara.
A mãe dela! Lembrou-se!
Tudo bem, não gostava dele, mas valia a pena tentar.
- Estou sim. - disse a mãe dela.
- D. Teresa, sou o Fred. - disse ele.
- Ela não está aqui. - disse a ex-sogra com pouca simpatia.
- Então, diga-me onde ela está, por favor.
- Não posso.
- Porquê? - pergunta estúpida, claro! Por tudo que lhe fizera, por tê-la feito sofrer.
Porque estava a falar com a mãe dela, que nem sequer gostava dele!
- Por favor, D. Teresa. - implorou.
Silêncio.
- Fred, se a minha filha não te deixou um contacto, acho que é porque não quer que a contactes, não te parece? - notou-lhe um pingo de compaixão na voz.
É claro que ela não queria que ele a contactasse!
Mas ele precisava de falar com ela!
Precisava mesmo!
- Mas, eu preciso muito de falar com ela, por favor.
- Não insistas, Fred. - advertira a ex-sogra antes de desligar.
Mas, e apesar de tudo que lera, precisava de falar com ela.
Precisava de falar com ela cara a cara.
A mãe dela! Lembrou-se!
Tudo bem, não gostava dele, mas valia a pena tentar.
- Estou sim. - disse a mãe dela.
- D. Teresa, sou o Fred. - disse ele.
- Ela não está aqui. - disse a ex-sogra com pouca simpatia.
- Então, diga-me onde ela está, por favor.
- Não posso.
- Porquê? - pergunta estúpida, claro! Por tudo que lhe fizera, por tê-la feito sofrer.
Porque estava a falar com a mãe dela, que nem sequer gostava dele!
- Por favor, D. Teresa. - implorou.
Silêncio.
- Fred, se a minha filha não te deixou um contacto, acho que é porque não quer que a contactes, não te parece? - notou-lhe um pingo de compaixão na voz.
É claro que ela não queria que ele a contactasse!
Mas ele precisava de falar com ela!
Precisava mesmo!
- Mas, eu preciso muito de falar com ela, por favor.
- Não insistas, Fred. - advertira a ex-sogra antes de desligar.
O QUE NUNCA TE DISSE
Já não tinha o número dela! Tinha-o apagado quando ela se fora embora.
Uma atitude muito madura, pensou com ironia.
Mas...tinha o número de uma amiga dela que quase de certeza sabia onde ela estaria.
Procurou o número na lista do seu telemóvel e fez a ligação.
- Estou? - ouviu ele do outro lado da linha.
- Sónia? Sou o Fred. - disse ele tentando acalmar-se.
- O que queres? - perguntou ela com hostilidade.
- Onde...onde é que ela está? - perguntou ansioso.
- Ela não te quer ver! Por alguma razão se veio embora, não achas?
- Eu sei, eu sei. Mas, por favor, diz-me. Eu preciso muito de falar com ela. - implorou.
- Não. - ouviu ele do outro lado, antes de a linha emudecer.
Bolas!
Desligou!
Uma atitude muito madura, pensou com ironia.
Mas...tinha o número de uma amiga dela que quase de certeza sabia onde ela estaria.
Procurou o número na lista do seu telemóvel e fez a ligação.
- Estou? - ouviu ele do outro lado da linha.
- Sónia? Sou o Fred. - disse ele tentando acalmar-se.
- O que queres? - perguntou ela com hostilidade.
- Onde...onde é que ela está? - perguntou ansioso.
- Ela não te quer ver! Por alguma razão se veio embora, não achas?
- Eu sei, eu sei. Mas, por favor, diz-me. Eu preciso muito de falar com ela. - implorou.
- Não. - ouviu ele do outro lado, antes de a linha emudecer.
Bolas!
Desligou!
O QUE NUNCA TE DISSE
Oh, se ajudara!
Fechou o diário com pesar.
Tinha pena que não houvesse mais nada para ler.
Tinha pena que ela tivesse de se ir embora daquela forma.
E, acima de tudo tinha pena de si próprio.
Precisava de falar com ela.
Nem que fosse uma última conversa.
Pegou no telemóvel para lhe ligar.
Sempre achara que não passariam três dias sequer, depois de ela ter ido embora, sem que ela ligasse.
Mas ela não ligara.
Não ligara uma única vez desde que se fora embora.
E, no fundo, teve esperança que ela ligasse.
Estúpido!
Fechou o diário com pesar.
Tinha pena que não houvesse mais nada para ler.
Tinha pena que ela tivesse de se ir embora daquela forma.
E, acima de tudo tinha pena de si próprio.
Precisava de falar com ela.
Nem que fosse uma última conversa.
Pegou no telemóvel para lhe ligar.
Sempre achara que não passariam três dias sequer, depois de ela ter ido embora, sem que ela ligasse.
Mas ela não ligara.
Não ligara uma única vez desde que se fora embora.
E, no fundo, teve esperança que ela ligasse.
Estúpido!
domingo, 3 de março de 2013
O QUE NUNCA TE DISSE
E aquela era a última passagem do caderno cor-de-rosa.
Virou a folha e colado na capa do caderno, estava um bilhete.
"Querido Fred, se leste este caderno até ao fim...ficaste a saber tanto como eu.
Ficaste a saber o que senti e aquilo por que passei.
Muitas destas coisas, passaram-te ao lado, infelizmente.
Escrever esta espécie de diário ajudou-me muito, sobretudo para desabafar.
Espero que tenha tido alguma utilidade para ti.
Desejo-te tudo de bom.
Que sejas muito feliz."
Virou a folha e colado na capa do caderno, estava um bilhete.
"Querido Fred, se leste este caderno até ao fim...ficaste a saber tanto como eu.
Ficaste a saber o que senti e aquilo por que passei.
Muitas destas coisas, passaram-te ao lado, infelizmente.
Escrever esta espécie de diário ajudou-me muito, sobretudo para desabafar.
Espero que tenha tido alguma utilidade para ti.
Desejo-te tudo de bom.
Que sejas muito feliz."
O QUE NUNCA TE DISSE
" E, com o coração partido, tal qual um passarinho indefeso com a asa partida, chorei.
Chorei porque doeu, chorei porque o meu coração explodia de dor só de pensar que podias ser de outra como eu pensava que eras meu.
Sim, pensava.
Mas, estava enganada, estava tão enganada.
Eras delas todas, muito mais do que algumas vez foste meu!
Ou não vi, ou não quis ver, ou não quis admitir que o que eu sentia era mais forte do que aquilo que demonstrava.
Eu, e a minha maldita mania de guardar tudo dentro de mim.
Eu, e a minha maldita mania de achar que sou forte o suficiente para aguentar qualquer que seja o mal que me atinja.
Eu sei, no meu íntimo sei que não sou assim tão forte, mas habituei-me, por defesa, habituei-me a mostrar-me mais forte do que sou na realidade.
Se fiquei triste contigo?
Fiquei mais do que aquilo que possas imaginar.
Se te esqueci?
Nem por um segundo te consigo esquecer, nem o vou conseguir tão cedo.
Se me desiludi?
Desiludi-me imenso. Desiludi-me tanto, que pus em causa todos os momentos que vivemos juntos.
É como se não passassem de mentiras espalhadas ao vento.
E, se calhar não passaram.
Mesmo com o coração partido, mesmo a sofrer como nunca, sorri e fiz o que faço melhor...mostrar que estou bem, mesmo quando não passa de uma grande mentira.
Com o coração completamente destroçado, percebi que a coragem de avançar tinha chegado.
Não tinha alternativa.
Não podia ficar.
Ás vezes, temos que deitar tudo para trás das costas e seguir em frente.
Ainda que nos custe, ainda que seja difícil."
Chorei porque doeu, chorei porque o meu coração explodia de dor só de pensar que podias ser de outra como eu pensava que eras meu.
Sim, pensava.
Mas, estava enganada, estava tão enganada.
Eras delas todas, muito mais do que algumas vez foste meu!
Ou não vi, ou não quis ver, ou não quis admitir que o que eu sentia era mais forte do que aquilo que demonstrava.
Eu, e a minha maldita mania de guardar tudo dentro de mim.
Eu, e a minha maldita mania de achar que sou forte o suficiente para aguentar qualquer que seja o mal que me atinja.
Eu sei, no meu íntimo sei que não sou assim tão forte, mas habituei-me, por defesa, habituei-me a mostrar-me mais forte do que sou na realidade.
Se fiquei triste contigo?
Fiquei mais do que aquilo que possas imaginar.
Se te esqueci?
Nem por um segundo te consigo esquecer, nem o vou conseguir tão cedo.
Se me desiludi?
Desiludi-me imenso. Desiludi-me tanto, que pus em causa todos os momentos que vivemos juntos.
É como se não passassem de mentiras espalhadas ao vento.
E, se calhar não passaram.
Mesmo com o coração partido, mesmo a sofrer como nunca, sorri e fiz o que faço melhor...mostrar que estou bem, mesmo quando não passa de uma grande mentira.
Com o coração completamente destroçado, percebi que a coragem de avançar tinha chegado.
Não tinha alternativa.
Não podia ficar.
Ás vezes, temos que deitar tudo para trás das costas e seguir em frente.
Ainda que nos custe, ainda que seja difícil."
O QUE NUNCA TE DISSE
" A cada dia que passa, sinto o cansaço a apoderar-se de mim.
Não consigo mais fingir que não sinto nada, não consigo fazer de conta que não sei as coisas, não consigo mais fazer de conta que as coisas não me atingem.
Os meus limites, as minhas forças, a minha paciência e a minha resistência estão a chegar ao fim.
O meu amor por ti, ainda assim, é teimoso como o raio e resiste, resiste apesar de tudo, resiste á razão, ás desilusões, á mágoa, mas a verdade é que quem já não consegue resistir mais sou eu."
E, aquilo dizia tudo.
O caderno cor-de-rosa estava a chegar ao fim, assim como chegara ao fim a relação deles, assim como no limite da sua resistência, ela se fora embora.
A cada folha daquele caderno, relembrava-se que ela se tinha ido embora por sua culpa.
Praticamente em cada folha era enunciado um dos seus defeitos.
A cada folha era-lhe exposta a verdade nua e crua dos sentimentos dela.
A cada folha, era praticamente palpável a mágoa dela, as desilusões que sofrera e o mal que ele lhe fizera.
Respirou fundo antes de virar a página para ficar a conhecer as últimas palavras dela.
O que teria ela deixado para último?
Que lhe diria ela por fim?
Não consigo mais fingir que não sinto nada, não consigo fazer de conta que não sei as coisas, não consigo mais fazer de conta que as coisas não me atingem.
Os meus limites, as minhas forças, a minha paciência e a minha resistência estão a chegar ao fim.
O meu amor por ti, ainda assim, é teimoso como o raio e resiste, resiste apesar de tudo, resiste á razão, ás desilusões, á mágoa, mas a verdade é que quem já não consegue resistir mais sou eu."
E, aquilo dizia tudo.
O caderno cor-de-rosa estava a chegar ao fim, assim como chegara ao fim a relação deles, assim como no limite da sua resistência, ela se fora embora.
A cada folha daquele caderno, relembrava-se que ela se tinha ido embora por sua culpa.
Praticamente em cada folha era enunciado um dos seus defeitos.
A cada folha era-lhe exposta a verdade nua e crua dos sentimentos dela.
A cada folha, era praticamente palpável a mágoa dela, as desilusões que sofrera e o mal que ele lhe fizera.
Respirou fundo antes de virar a página para ficar a conhecer as últimas palavras dela.
O que teria ela deixado para último?
Que lhe diria ela por fim?
O QUE NUNCA TE DISSE
A mãe dela não gostava dele?!
Mas, ela fora sempre tão simpática com ele!
Nunca na vida ia desconfiar que aquilo era só fachada!
Afinal, a sua ex-sogra conseguia "disfarçar" tão bem como ele, talvez fosse por isso que o topasse logo desde o primeiro dia.
Sim, tinha que concordar que não era nada perfeito.
Aliás, era na verdade um poço de imperfeições.
E, lamentava muito o sofrimento que todas as suas acções lhe tinham causado.
Se ele ao menos se tivesse apercebido.
Se não fosse tão egoísta...talvez...talvez pudessem ter salvo a relação deles.
Quem estava cego era ele!
Quem não dera valor ao que tinha, fora ele!
E, com as suas estúpidas atitudes, tinha-a perdido!
Como é que não tinha percebido?!
Era burro! burro! burro!
Primeiro, não percebera os seus erros, tinha-se comportado como um verdadeiro anormal, e, agora que os reconhecia, era demasiado tarde para emendar o que quer que fosse.
Mas, ela fora sempre tão simpática com ele!
Nunca na vida ia desconfiar que aquilo era só fachada!
Afinal, a sua ex-sogra conseguia "disfarçar" tão bem como ele, talvez fosse por isso que o topasse logo desde o primeiro dia.
Sim, tinha que concordar que não era nada perfeito.
Aliás, era na verdade um poço de imperfeições.
E, lamentava muito o sofrimento que todas as suas acções lhe tinham causado.
Se ele ao menos se tivesse apercebido.
Se não fosse tão egoísta...talvez...talvez pudessem ter salvo a relação deles.
Quem estava cego era ele!
Quem não dera valor ao que tinha, fora ele!
E, com as suas estúpidas atitudes, tinha-a perdido!
Como é que não tinha percebido?!
Era burro! burro! burro!
Primeiro, não percebera os seus erros, tinha-se comportado como um verdadeiro anormal, e, agora que os reconhecia, era demasiado tarde para emendar o que quer que fosse.
O QUE NUNCA TE DISSE
"Sabes, tenho que te dizer mais uma coisa.
Nunca te disse porque não queria magoar-te, coisa que tu nunca te importas-te de me fazer, mas, eu não sou como tu.
A minha mãe nunca gostou de ti, sempre achou que não eras para mim, nunca achou que fosses um tipo de confiar.
Eu, parvinha, sempre te defendi com unhas e dentes.
Muitas vezes me chateei com a minha mãe para te defender.
A minha mãe, sempre se esforçou por ser simpática contigo, para que não percebesses, mas ao mesmo tempo fazia questão de me abrir os olhos em relação a ti.
Avisou-me muitas vezes.
Avisou-me para te cuidado contigo e para não ser tão cega.
Mas, eu era. Era total e completamente cega.
Não conseguia ver para lá do meu olhar turvo e apaixonado.
Não conseguia ver que tinhas defeitos, e muitos.
Para mim, eras um homem perfeito, o homem que eu amava e que me amava de volta, e isso era suficiente.
Eu acreditava em ti, confiava cegamente em ti.
Não conseguia sequer imaginar que me pudesses mentir, até que descobri que mentias.
Até que descobri que estava tão apaixonada que fiquei cega.
Até que descobri que não eras perfeito."
Nunca te disse porque não queria magoar-te, coisa que tu nunca te importas-te de me fazer, mas, eu não sou como tu.
A minha mãe nunca gostou de ti, sempre achou que não eras para mim, nunca achou que fosses um tipo de confiar.
Eu, parvinha, sempre te defendi com unhas e dentes.
Muitas vezes me chateei com a minha mãe para te defender.
A minha mãe, sempre se esforçou por ser simpática contigo, para que não percebesses, mas ao mesmo tempo fazia questão de me abrir os olhos em relação a ti.
Avisou-me muitas vezes.
Avisou-me para te cuidado contigo e para não ser tão cega.
Mas, eu era. Era total e completamente cega.
Não conseguia ver para lá do meu olhar turvo e apaixonado.
Não conseguia ver que tinhas defeitos, e muitos.
Para mim, eras um homem perfeito, o homem que eu amava e que me amava de volta, e isso era suficiente.
Eu acreditava em ti, confiava cegamente em ti.
Não conseguia sequer imaginar que me pudesses mentir, até que descobri que mentias.
Até que descobri que estava tão apaixonada que fiquei cega.
Até que descobri que não eras perfeito."
O QUE NUNCA TE DISSE
Ela sofrera todo aquele tempo em silêncio!
Nem sequer tinha conseguido confrontá-lo, de certeza que já era bem doloroso saber que ele estava com outras mulheres, não uma, mas várias.
Nem queria imaginar sequer como tinha sido, quando descobriu.
O choque, a desilusão, a mágoa.
"Começo a achar que a minha imaginação é demasiado perigosa, porque cada vez que me passa algo pela cabeça, uma dúvida, uma desconfiança, acaba sempre por se confirmar, para minha tristeza."
Devia ser horrível para ela não confiar nele.
Assim, como, não poder confiar nas suas capacidades auditivas.
Tinha sido um verdadeiro animal.
Fizera sofrer horrores a uma pessoa, talvez a única que o amava incondicionalmente.
Os estragos que ele tinha feito!
Era mesmo anormal!
Nem sequer tinha conseguido confrontá-lo, de certeza que já era bem doloroso saber que ele estava com outras mulheres, não uma, mas várias.
Nem queria imaginar sequer como tinha sido, quando descobriu.
O choque, a desilusão, a mágoa.
"Começo a achar que a minha imaginação é demasiado perigosa, porque cada vez que me passa algo pela cabeça, uma dúvida, uma desconfiança, acaba sempre por se confirmar, para minha tristeza."
Devia ser horrível para ela não confiar nele.
Assim, como, não poder confiar nas suas capacidades auditivas.
Tinha sido um verdadeiro animal.
Fizera sofrer horrores a uma pessoa, talvez a única que o amava incondicionalmente.
Os estragos que ele tinha feito!
Era mesmo anormal!
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